Nesta quarta-feira (10), a morte da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, ocorrida em Petrolina (PE) completa dez anos. Para os pais, a data apenas reforça o forte sentimento de impunidade, acompanhado da falta que a filha faz todos os dias. Réu confesso do crime, Marcelo da Silva, permanece preso – sem data para ser levado a júri popular.
A menina foi morta a facadas durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, na noite de 10 de dezembro de 2015. Ela estava na quadra poliesportiva com os pais e saiu para beber água. Segundo as investigações, Marcelo entrou com facilidade na instituição de ensino e fez a abordagem violenta, levando a menina até uma sala desativada e praticando o crime. Ele teria abordado outras crianças antes, mas sem violência.
Ao longo dos anos, o crime foi marcado por cobrança dos pais para que as investigações avançassem. Durante os primeiros sete anos, delegados foram substituídos diversas vezes e, por fim, uma força-tarefa foi formada pela Polícia Civil e outra pelo Ministério Público para tentar elucidar o caso.
Em dezembro de 2021, os pais da menina saíram em caminhada de Petrolina ao Recife para cobrar do governo estadual e da Justiça uma resposta definitiva. Foram cerca de 720 quilômetros durante 23 dias. A mobilização, que encontrou apoiadores em todas as cidades, teve repercussão nacional e expôs a demora da polícia para solucionar o crime.
Os investigadores da Polícia Civil conseguiram chegar até Marcelo da Silva em janeiro de 2022, após o cruzamento de DNA, a partir das amostras coletadas na faca usada para matar Beatriz.
O acusado, que já estava preso por outro crime, confessou à polícia que havia entrado no colégio para conseguir dinheiro e que a menina teria se assustado ao encontrá-lo. Ele disse que a esfaqueou para que parasse de gritar. A confissão foi gravada pela polícia em vídeo.
O réu foi denunciado à Justiça por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima).
Já no interrogatório, na fase de audiência de instrução e julgamento do processo, Marcelo permaneceu em silêncio – por orientação da defesa, que insiste na tese de que ele não é culpado pelo crime.
Uma carta supostamente escrita pelo réu chegou a ser divulgada, na época, com os escritos: “Eu sou inocente, eu não matei a criança”.
Ainda não existe uma data para o julgamento do acusado, de acordo com Lucinha Mota, O processo está parado no STJ. (Foto: Reprodução).






