A Polícia Federal (PF) realizou, nesta terça-feira (8), mais uma fase da Operação La Catedral, que investiga um esquema de corrupção no sistema prisional de Pernambuco.
A atuação do grupo criminoso tem como principal foco o Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.
Nesta etapa, foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra André de Araújo Albuquerque, ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e ex-superintendente de Segurança Prisional do estado. Ambos os cargos foram ocupados por André durante a gestão da governadora Raquel Lyra.
Na residência do ex-gestor, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife, os agentes apreenderam uma arma funcional, aparelhos celulares e uma caminhonete modelo Amarok.
Albuquerque também ocupou cargos de chefia na administração anterior, comandada por Paulo Câmara. Em 2022, chegou a assumir interinamente o cargo na Ressocialização, que passou a ter status de secretaria com a reforma administrativa implementada em 2024.
Ele foi exonerado do cargo em dezembro do ano passado, em meio ao avanço das investigações da Polícia Federal. Nos bastidores, era considerado o braço direito do atual secretário da Seap, Paulo Paes.
Ainda nesta terça, a direção do Presídio de Igarassu também passou por mudanças. O policial penal Charles Belarmino de Queiroz foi exonerado do comando da unidade.
Charles Belarmino de Queiroz havia sido preso preventivamente na primeira fase da operação, deflagrada em 25 de fevereiro deste ano.
O presídio é apontado como o mais superlotado e com pior estrutura do estado.
Em comunicado oficial, a Polícia Federal informou que a “Operação La Catedral continua em curso, com ações coordenadas visando o completo desmantelamento das estruturas criminosas identificadas no sistema prisional do estado”.
De acordo com a PF, a decisão tem como fundamento provas reunidas que apontam para a prática de crimes como corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de drogas, facilitação da entrada de objetos ilícitos no sistema prisional e participação em organização criminosa.
Segundo as investigações, o esquema contava com a participação de agentes públicos e detentos, operando de forma estruturada dentro da unidade prisional.
Entre as irregularidades, estão o repasse de vantagens indevidas, arrecadação sistemática de recursos ilícitos e violações graves às normas de segurança e legalidade do presídio.
Ainda segundo a instituição, as medidas visam a garantir a manutenção da ordem pública, assegurar a efetividade da investigação criminal e evitar a possível obstrução da coleta de provas, especialmente devido à posição de destaque funcional ocupada por alguns dos suspeitos à época dos fatos. (Foto: PF).