Artigo do leitor: associações de vaqueiros de Curaçá correm o risco de não participarem da organização da Festa dos Vaqueiros deste ano

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    Nos últimos dias, a Sociedade dos Vaqueiros de Curaçá, fundada em 1959, e a Associação de Vaqueiros e Pecuaristas de Curaçá (AVAPEC), com fundação em 2003, buscam um entendimento com o governo municipal, que tem a frente o prefeito Carlinhos Brandão, quanto a não liberação do uso de paredões dentro do circuito oficial da festa que acontecerá de 03 a 05 de julho.

    Nas últimas edições da festa, os paredões tem tomado o espaço dos vaqueiros, das suas famílias e da comunidade curaçaense. Estacionados nas avenidas Pedro Santos Torres e Euvaldo Aquino, vias principais da cidade, onde se concentram as famílias para assistir o desfile e ver os vaqueiros durante os três de festa, os paredões tem provocado uma indignação por parte dos vaqueiros, já que os mesmos ficam sem o devido espaço para festejarem o seu dia.

    No ano passado, após a missa, tivemos que desviar o Desfile dos Vaqueiros por conta da instalação de um paredão na Avenida Pedro Santos Torres. Os vaqueiros se indignaram no momento. Nesse ano muitos deles residentes tanto no município como em cidades vizinhas, não querem participar da festa se tiver o uso de paredão.

    Além de tomarem o espaço do vaqueiro, os paredões transmitem uma comunicação contrária à verdadeira Festa dos Vaqueiros. Os sons produzidos pelos paredões destoam à imagem dos vaqueiros e não preservam a música nordestina. Não se ouve mais os aboios dos vaqueiros e muito menos o forró pé de serra.

    Juntas as associações, que representam os vaqueiros de Curaçá, estão dispostas a não realizarem neste ano os momentos culturais da festa que são o Desfile dos Vaqueiros, Missa dos Vaqueiros, Almoço na Fazenda Saudade, Concurso de Aboios, Almoço dos Vaqueiros, caso os paredões sejam instalados na Avenida Pedro Santos Torres e também na Avenida Euvaldo Aquino.

    As associações não são contra o uso de paredão e também não são contra ao público que aprecia esse tipo de som, desde que os aparelhos não prejudiquem os verdadeiros homenageados da festa, que são os vaqueiros, durante os três dias da celebração.

    As associações esperam que a gestão pública municipal escute o pedido dos vaqueiros e que esse impasse chegue ao fim até a próxima segunda-feira (22).

    Por Antônio Carlos Rodrigues Paixão,

    Sócio fundador da AVAPEC e também organizador ativo da Festa dos Vaqueiros desde 2001.

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