União Brasileira de Mulheres de Pernambuco emite nota de repúdio sobre o Caso Alícia Valentina

Nota de Repúdio

“A morte da menina Alícia não pode ser interpretada como um caso isolado

A União Brasileira de Mulheres de Pernambuco (UBM) manifesta profundo repúdio e indignação diante da bárbara agressão que levou à morte de Alícia Valentina, menina de apenas 11 anos, espancada dentro da Escola Municipal Tia Zita, em Belém do São Francisco (PE).

O caso expõe a face mais cruel de uma sociedade que ainda normaliza a violência de gênero desde a infância, legitimando práticas machistas que cobram das meninas submissão, mesmo em idade escolar. Alícia foi atacada covardemente porque se recusou a “ficar” com um colega, deixando claro que sua morte está diretamente ligada à cultura da objetificação das meninas e ao patriarcado que insiste em negar-lhes o direito de dizer não.

A UBM reforça que a vida das meninas importa. O Brasil, que já ostenta alarmantes índices de feminicídio e violência contra mulheres, agora vê essa lógica perversa se reproduzir entre crianças, o que exige uma resposta imediata do Estado e da sociedade. É inaceitável que escolas espaços que deveriam ser de proteção, formação e acolhimento se tornem palco de tamanha brutalidade.

Exigimos:

A apuração rigorosa do caso pelas autoridades competentes;

A responsabilização de todos os envolvidos, dentro dos marcos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);

O fortalecimento de políticas públicas de educação para a igualdade de gênero, previstas na Constituição Federal e no Plano Nacional de Educação;

A implementação de programas de prevenção à violência, de acompanhamento psicológico e de apoio às famílias, para que crimes como este jamais se repitam.

A morte de Alícia não pode ser tratada como um episódio isolado. Ela é reflexo de uma sociedade machista que ainda nega direitos básicos às mulheres e meninas. Honrar sua memória significa lutar para que nenhuma outra criança seja silenciada pela violência de gênero.

A UBM reafirma seu compromisso histórico com a defesa da vida, da igualdade e da justiça social, unindo sua voz ao clamor de milhares de mulheres brasileiras por uma sociedade livre de opressão e violência.

Por Alícia, por todas as meninas, por todas nós”.

União Brasileira de Mulheres de Pernambuco – UBM

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