No vermelho, Univasf e outras universidades alertam: não há dinheiro para contratos, pagamentos e assistência aos alunos

Os reitores das universidades federais em Pernambuco fizeram uma alerta, nesta terça (15): não há recursos para cumprir contratos, efetuar pagamentos e garantir a assistência aos estudantes.

Em entrevista coletiva, na sede da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o reitor Alfredo Gomes declarou: “Se não houver reajustes nos repasses pelo Governo Federal, só temos verbas até agosto. Depois, vamos ter que fazer cortes e atingiremos contratos e assistência estudantil”.

Encontro

Além de Gomes, participaram da coletiva da reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José Sena, o reitor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Télio Nobre Leite, e da Ufap, Airon Aparecido Silva de Melo.

Ainda de acordo com Alfredo Gomes, na UFPE a situação é “de muita dificuldade”.

“O nosso orçamento de 2025 é menor do que o orçamento de 2024, estamos também funcionando à base de 1/18 avos por mês. Ou seja, o recurso que é para, normalmente, ser executado em um ano, está previsto para ser executado em um ano e meio. “Isso é absolutamente inviável para você honrar os contratos e compromissos da universidade para mês a mês”.

Ele divulgou alguns dados sobre o orçamento da instituição e falou sobre as perdas orçamentárias.

“Nesses R$ 8 milhões que perdemos, R$ 2,1 são de assistência estudantil. Também perdemos do funcionamento da universidade, de maneira geral, R$ 4.6 milhões, que é para os contratos. E outras ações, que tem outras rubricas, mais R$ 1,3 milhão”.

Fazendo uma projeção e tomando como base a recomposição pela inflação, Gomes disse que o orçamento da universidade deveria ser hoje, de R$ 395 milhões.

Univasf

Reitor da Univasf, Télio Nobre afirmou que é “desafiador” conseguir dar conta desse débito no próprio orçamento de 2025.

A gente entrou em 2025, reduzindo cerca de 35% desses contratos, com dedicação exclusiva de mão de obra, com a proposta de redução de 10% dos contratos, serviço continuado, como água, energia, por exemplo, gerenciamento da frota, passagens diárias. Buscamos reduzir mais de 40% das demais despesas”, disse.
Ainda segundo o reitor, a instituição só tem recursos para mais quatro a seis meses, entre agosto e setembro.

“As universidades não vão fechar. Os reitores estão comprometidos, mas a situação está piorando. O governo precisa estar atento para aliviar nossa situação”, declarou.

“São os contratos principais: pagamento de serviços terceirizados de mão de obra, de educação exclusiva, vigilância, motorista, limpeza, manutenção. Também os relativos pagamentos de água, energia. Nesse últimos caso, é vão quase 30% do nosso custo”, afirmou Télio.

No encontro dos reitores, Gomes ressaltou a importância de apelar ao Ministério da Educação e ao Governo Federal para conquistar a recomposição orçamentária imediata.

Sobre a dificuldade de honrar compromisso, ele afirmou que a UFPE não tem recurso para pagar as revisões de contratos. São R$ 9 milhões.

A universidade tem mais de 60 contratos, ao todo. Somando com a assistência estudantil, os custos chegam a R$ 13 milhões ao mês.

“Nosso orçamento disponível hoje é em torno de R$ 10 milhões. A gente tem que ajustar e negociar, obviamente, para fazer isso”, acrescentou.

Para ele, a situação é “absolutamente insustentável e incompatível com o papel histórico, acadêmico, científico, das universidades federais”.

Gomes disse, ainda, que a reunião desta terça representa um movimento dos reitores do Estado de Pernambuco, que , “dizendo claramente para as universidades também que cheguem junto nesse processo, para a nossa associação e também obviamente para o governo que precisamos atuar fortemente para a recomposição do orçamento”. (Foto: Rafael Vieira/DP).

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