Mourão diz que não participou de reuniões sobre tentativa de golpe

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou nesta sexta-feira que não participou de nenhuma reunião que tenha discutido um possível golpe de Estado. Mourão também alegou que uma intervenção militar, como foi defendida em acampamentos em frente a unidades militares, era “totalmente inviável”.

Mourão prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal ( STF) como testemunha de defesa na ação penal que analisa um possível golpe. Ele foi indicado pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL0, de quem foi vice, e dos ex-ministro Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

— Não participei de nenhuma reunião onde tivesse sido abordado esse tipo de assunto (golpe de Estado) — afirmou o senador.

Questionado sobre uma possível pressão a Bolsonaro para aderir a um golpe, Mourão negou, mas citou os acampamentos realizados após o segundo turno das eleições presidenciais, onde havia pedidos de uma intervenção militar.

— O que havia era aquela concentração de gente na frente dos quartéis pedindo algo que era totalmente inviável, que era a tal da intervenção militar.

No momento mais tenso do depoimento de Mourão, o senador foi questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, a respeito da participação do então vice-presidente em uma suposta reunião entre ele, o então presidente Jair Bolsonaro e generais do Alto Comando.

Durante as investigações, a Polícia Federal encontrou uma conversa entre Mauro Cid e Sérgio Cavaliere, em que eles trocam prints de conversas de um usuário de WhatsApp chamado “Riva”, não identificado pela investigação.

Riva conta detalhes sobre uma suposta reunião entre Bolsonaro, seu vice-presidente, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e generais. Mourão teria negociado a saída de Bolsonaro em referência a uma tentativa de golpe no Peru e, durante essas negociações, os militares decidiram destruir o documento assinado por Bolsonaro, que, segundo ele, poderia ser o decreto golpista.

Segundo Mourão, porém, a reunião não existiu — o procurador-geral, então, afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid confirmava a reunião. Por isso, Gonet perguntou a Mourão se considerava Cid “mentiroso”. O senador respondeu que não. Em um momento anterior do depoimento, Mourão afirmou que conhece Cid desde que o antigo ajudante de ordens de Bolsonaro “tinha dois anos”. ( Foto: Geraldo Magela/Agência Senado).

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