Maconha pode afetar vasos do coração como cigarro comum, aponta estudo

Pessoas saudáveis que fumavam maconha regularmente ou consumiam alimentos com THC apresentaram sinais de doenças cardiovasculares precoces semelhantes aos fumantes de tabaco, diz um novo estudo.

O tetrahidrocanabinol, ou THC, é o componente da maconha que proporciona o efeito psicoativo. Ele é diferente do canabidiol, que é a substância usada para fins medicinais e permitida no país.

A pesquisa foi feita pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ao todo, participaram mais de 50 pessoas. Elas foram divididas em três grupos:

Pessoas que fumavam maconha três ou mais vezes por semana por pelo menos um ano;
Pessoas que consumiam comestíveis com THC pelo menos três vezes por semana;
Pessoas que não fumavam nem comiam maconha.

Para a análise, os pesquisadores realizaram um ultrassom na principal artéria do braço direito de cada pessoa e, em seguida, aplicaram um manguito de pressão arterial extremamente apertado por cinco minutos.

Após a remoção do manguito, a artéria foi examinada novamente para verificar o quão bem ela havia se dilatado, ou alargado, para lidar com o aumento do fluxo sanguíneo, o que depende da liberação de óxido nítrico. A ideia era analisar o dano nessa resposta.

Uma única camada de células endoteliais reveste todos os vasos sanguíneos do corpo. Quando funcionam corretamente, essas células especializadas liberam substâncias químicas, como o óxido nítrico, que controlam o relaxamento e a contração do canal, regulando assim o fluxo sanguíneo.

Quando elas estão inflamadas, o acúmulo de placas pode aumentar nas artérias ao longo do tempo, podendo causar ataques cardíacos, derrames e insuficiência cardíaca.

Após a análise, o estudo descobriu que aqueles que usavam o THC, por qualquer via, tinham respostas similares às dos usuários de cigarro convencional em suas artérias.

Além disso, a pesquisa descobriu que a função vascular foi reduzida em 42% em fumantes de maconha e em 56% em usuários de alimentos com THC, em comparação aos não usuários.

De acordo com o estudo, os danos às células endoteliais que regulam a dilatação estavam relacionados à dose. Quanto maior a dose de maconha, maior era o risco de danos aos vasos sanguíneos que transportam oxigênio para os órgãos do corpo.

Apesar disso, os pesquisadores reforçam que, com os dados, não é possível afirmar que o uso de cannabis causa função vascular prejudicada. Ou seja, que foi diretamente causada pelo uso da maconha.

(G1/Foto:Pixabay)

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