Governo Trump aplica Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes

O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, aplicou nesta quarta-feira (30/7) a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A sanção foi publicada no site da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros.

Ainda não está claro quais serão as consequências práticas da punição ao magistrado. A lei apresenta uma variada gama de punições, entre elas: proibição de entrada nos Estados Unidos; exclusão do sistema financeiro, com bloqueio de transações em dólar e acesso ao sistema Swift; isolamento bancário global; restrição ao uso de cartões de crédito e contas digitais vinculadas ao dólar; bloqueio de bens e contas nos EUA.

A norma americana tem efeito extraterritorial, ou seja, pode ser aplicada fora das fronteiras americanas. Isso significa que a pessoa sancionada corre o risco até de ter dificuldades para manter uma conta em um banco brasileiro que faça negócios com instituições americanas — ou seja, todos.

A lei é usada em casos de acusação de corrupção, crime contra os direitos humanos, atividade terrorista ou ameaça à segurança dos Estados Unidos. Aprovada em 2012, no governo de Barack Obama, ela nasceu para punir autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky, que foi preso depois de denunciar um esquema de desvio de dinheiro em seu país. Quatro anos depois, a lei teve sua aplicação expandida para fora do território dos EUA.

A justificativa oficial do Departamento de Tesouro para a utilização da Lei Magnitsky contra Alexandre foi o “uso de sua posição para autorizar detenções arbitrárias antes do julgamento e suprimir a liberdade de expressão”.

Além disso, o ministro é acusado de assumir “o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas dos Estados Unidos e do Brasil”.

Segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o magistrado “é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje (quarta-feira) deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos Estados Unidos e as liberdades de nossos cidadãos”.

Pelo mesmo motivo, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse, semanas atrás, ter ordenado a revogação do visto do ministro, de familiares imediatos e “aliados do tribunal”. (Foto: Reprodução).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui