A frase de Maria Natália da Silva Tavares, de 31 anos, está gravada em vídeo no depoimento prestado na delegacia de Ouricuri, no Sertão pernambucano, poucas horas após ela ter atirado no marido, o juiz de direito Carlos Eduardo Mathias, de 51 anos.
O crime aconteceu na quinta (27), na residência do casal, em Ouricuri.
Atingida no tórax, a vítima está internada e o estado é considerado bom, segundo informações repassadas, nesta sexta (28), pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Autuada em flagrante por tentativa de homicídio, Maria Natália teve a provisória convertida em prisão preventiva, após audiência de custódia, realizada na tarde de quinta.
Depoimento
No vídeo do depoimento, obtido pelo Diario, Maria Natália fala com duas policiais. Ela conta que o tiro disparado foi resultado de uma briga que havia começado no dia anterior e motivada por ciúmes.
Após muitas brigas, a situação teria se acalmado até que ela suspeitou de uma transferência bancária para uma mulher, que seria ex-amante do marido.
“Em maio, eu descobri tudo. Ele até me chamou de neurótica e me pediu perdão”, contou.
Em meio a essas brigas, Natália disse que também deu o perdão ao juiz, mas exigiu que ele bloqueasse os contatos da mulher.
Declarou que o juiz ainda “era assediado” pela mulher, mesmo com a tentativa dele de encerrar o relacionamento extra-conjugal.
“Ele até mudou a senha do celular e disse que tinha acabado o relacionamento. Mas, quando cheguei da academia, na quinta de manhã, ele estava mandando mensagens pelo telefone”, disse a mulher presa em flagrante.
Natália aditou que toma bebidas alcoólicas com frequência e também remédio calmante.
“Ele estava acordado de manhã e mandando mensagem. Eu perguntei se ele estava conversando com aquela quenga e disse que ele iria destruir nossa família. Eu ainda disse que ela estava fazendo inferno”, afirmou.
Nesse momento do depoimento, Natália, que é costuma praticar em estandes de tiros, narrou que levou um “empurrão”, mas que não ficou com marca.
Então, descreveu como foi o disparo: “Fiquei muito nervosa. Nunca tinha feito nada assim. Ele deixava a arma dele no quarto, com munição. Não sei onde pegou o tiro. Ele ficou desesperado”, acrescentou.
A mulher disse que teve medo de que o juiz pegasse a arma e atirasse nela. Por isso, alegou ter se trancado em outro quarto da casa, levando o estojo da bala que tinha acabado de ser disparada.
“Liguei para os bombeiros e vi que ele estava ligando para uma pessoa e pedindo socorro”. Observou.
Natália também admitiu que o juiz tinha falado em separação, antes de o tiro ser disparado.
“Estou arrependida. Nunca pendei em fazer isso. São nove anos juntos”, disse.
(DiárioPE/Foto:reprodução)






