Após quase 40 anos à frente do tradicional Colégio Dom Bosco, a diretora e professora Terezinha Teixeira Coelho deixará o cargo na próxima semana, quarta-feira, dia 3o.
Uma história de fé, educação e trabalho serão as marca deixadas pelo exemplo e profissional que foi a professora Terezinha.
Em entrevista exclusiva ao blog, a educadora conta como era a escola assim que assumiu a instituição no dia 18 de janeiro de 1976.
“A insistência foi grande para assumir o colégio pelo bispo Dom Gerard Andrade Ponte e meu nome foi o escolhido como referência, pelo meu dinamismo, vivacidade, meu trabalho engajado desde estudante e disse sim para fazer a educação em Petrolina. Foram anos de luta e trabalho e cheguei na época em que o Colégio completava 50 e ele não tinha nada e pensamos logo no pedagógico da escola e também num espaço adequado aos alunos. Temos quadra, música, dança que completam o que nossas residências não oferecem e elaboramos no início uma sessão de envolvimento de ex-alunos e ex-professores da comunidade, uma sessão literária do Dom Bosco com o professor Humberto da Costa Soares que foi vereador no município de Petrolina e deixou marcas na consciência, em almas das pessoas e até hoje o Dom Bosco é referência”, conta.
Terezinha Teixeira logo que assumiu, se empenhou em conquistar a inauguração do laboratório de análise química, sem recursos na época, e em seguida foi construída a biblioteca professor Humberto da Costa Soares.
A professora não esquece de agradecer a Diocese de Petrolina, aos padres e em nome do bispo Dom Malan que fez o possível em tornar o Dom Bosco numa instituição conhecida no mundo.
“Todos estão vivos! Alguns se foram, mas a história fica nos anais do Dom Bosco. A Dom Paulo Cardoso e Dom Manoel de Farias pela confiança em construir algo que ficará para sempre na memória e as autoridades locais, estaduais e nacionais e aos que acreditaram no meu trabalho, a imprensa e ao carinhoso Edenevaldo Alves, aluno dedicado e que abriu espaço com sua profissão aos interesses da escola. Tudo passa, mas a história e a ajuda dos amigos não”, ressaltou Terezinha.
O Colégio Dom Bosco irá completar 90 anos em 2016 e é pioneiro na criação de um sistema de informatização para os alunos da região, projeto esse aprovado por Terezinha que também revelou os motivos da sua saída.
“São 40 anos, acredito que é tempo para uma nova equipe e também por motivos de saúde e devo pensar na minha qualidade de vida, nos meus trabalhos individuais, vou ler mais, ficar mais informada, mas nunca deixarei de pertencer ao Dom Bosco”, revelou Terezinha Teixeira que deixa o cargo com o orgulho e a afirmação de dever cumprido.
“Saio com a consciência tranquila, se não fiz o que deveria fazer, me desculpem, mas o que fiz foi por amor a educação, a criança, o jovem, o adolescente. Educar é coisa do coração, eu agradeço a sociedade petrolinense por tudo. Tenho certeza que o colégio Dom Bosco desde a sua fundação até hoje respeita o petrolinense e quero levar esse conhecimento pelo meu trabalho para sempre como as mãos generosas que plantam o amor. As famílias que me deram tanto apoio, aos alunos espalhados pelo Brasil e no mundo. Não é despedida, é o recomeço de uma nova história”, finaliza.
O Padre Antonio Moreno será a partir de Janeiro de 2016 o novo diretor do Colégio Dom Bosco, em Petrolina. O sacerdote possui 30 anos de ordenação na Igreja Católica e é considerando uma referência na educação do Vale do São Francisco.