Policiais civis de Pernambuco ameaçam greve

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O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol) garante que manterá a paralisação até a meia-noite de hoje, mesmo após o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinar a volta imediata da categoria ao trabalho, estabelecendo multa de R$ 30 mil por dia. Com isso, todos os serviços, como emissão de carteira de identidade, diligências e investigações vão continuar suspensos temporariamente, com exceção dos realizados no Instituto de Medicina Legal (IML) e dos flagrantes. Às 18h, a categoria se reunirá em assembleia na sede do sindicato, em Santo Amaro, área central, para discutir os próximos passos. A categoria não descarta a possibilidade de greve.

A paralisação de 48 horas começou ontem e é a segunda nos últimos 30 dias, em protesto por melhores condições de estrutura, fixação da gratificação por risco de vida em 225% para todos os policiais civis do Estado e revisão do Plano de Cargos e Carreiras. O governo do Estado pediu ao Poder Judiciário que considerasse a parada ilegal e estabelecesse multa de R$ 150 mil por dia. Apesar de o TJPE ter determinado a volta imediata ao trabalho, ainda cabe recurso da decisão. A ilegalidade só será julgada se o juiz mantiver o pedido. Então, a corte especial do órgão, formado por 15 desembargadores, julgará o mérito da ação.

“Não concordamos com o Poder Judiciário e vamos recorrer desta decisão absurda. Estamos paralisando as atividades, não é uma greve. A Polícia Civil enfrenta muitos problemas de estrutura: o governo não está fornecendo nem água para beber nas delegacias nem material de limpeza especializado para o IML. A insatisfação com a situação atual é de toda a categoria”, afirmou o presidente do sindicato, Áureo Cisneiros. Segundo levantamento do Sinpol, 95% da categoria aderiu à paralisação ontem.

O primeiro dia da parada programada foi agitado. No IML, não houve liberação de corpos pela manhã. Após a diretoria do instituto se comprometer a dar resposta em relação a problemas estruturais e de desvio de função, os policiais civis retomaram as atividades ao meio-dia, mas o serviço ainda era lento. “Cheguei por volta das 11h para liberar o corpo do meu neto e houve atraso por causa da paralisação. Mas agora à tarde está mais tranquilo, parte do pessoal que estava aqui foi atendida”, afirmou a auxiliar de cozinha Patrícia Pereira, 30 anos.

A Promotoria de Defesa da Saúde do Ministério Público estadual realizou às 14h de hoje, no Recife, audiência para discutir os problemas sanitários do IML da capital pernambucana, Recife, Caruaru e Petrolina. Representantes da Secretaria de Defesa Social e da Secretaria Estadual de Saúde participaram do encontro.