O maestro das parcerias e clássicos da MPB
Uauá, Bahia — A FLIU (Festa Literária de Uauá) de 2025 ganha um brilho especial com a presença de Vicente Barreto, compositor, violonista e cantor baiano cuja obra atravessa gerações por meio de parcerias marcantes e melodias inesquecíveis.
Nascido em 5 de abril de 1950, no vilarejo de Salgadália, em Conceição do Coité (BA), Barreto cresceu na cidade de Serrinha, imerso nas tradições musicais do Nordeste, influenciado por cantadores, forrozeiros e pela sanfona de Jackson do Pandeiro. Depois de passar pelo Rio de Janeiro, ele se estabeleceu em São Paulo, onde desenvolveu sua carreira como violonista e autor — sempre com um olhar voltado para suas raízes.
A carreira de Vicente Barreto é marcada por colaborações com alguns dos grandes nomes da música brasileira, e muitos desses encontros resultaram em clássicos:
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Alceu Valença: sua parceria mais emblemática. Juntos, eles assinaram o mega sucesso “Morena Tropicana”, lançado em 1982 e reconhecido como um dos marcos da MPB. A letra poética e a melodia contagiante transformaram a canção em um verdadeiro patrimônio musical.
Além disso, Barreto e Valença coautoraram outras faixas lendárias como “Cabelo no Pente”, “Pelas Ruas que Andei” e “Pirapora”. -
Tom Zé: Barreto participou de dois discos importantes de Tom Zé nos anos 1970 (“Estudando o Samba”, de 1976, e “Correio da Estação do Brás”, de 1978), reforçando seu lugar na vanguarda da música brasileira. EBC Rádios
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Paulo César Pinheiro: também colaborou com Barreto em canções que combinam poesia e ritmo, mostrando a força da dupla em composições densas e elegantes.
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Vinicius de Moraes, Gonzaguinha, Celso Viáfora, Chico César e outros artistas somam-se à lista de parceiros, mostrando a versatilidade de Barreto como compositor.
No palco da FLIU
A participação de Vicente Barreto na FLIU 2025 representa um reencontro entre sua trajetória musical e a geografia cultural do sertão baiano — terreno fértil para sua arte. Em Uauá, Vicente Barreto terá a oportunidade de apresentar sua poesia musical, destacando essas parcerias históricas e interpretando canções que carregam tanto a leveza poética quanto a força emocional de sua obra. O show acontecerá no dia 21, às 21h, na Praça São João Batista.
Para o público da FLIU, sua presença significa mergulhar em uma biografia viva de música e memória — celebrando o legado de um compositor que traduziu o sertão em melodias e histórias, fazendo da parceria um instrumento de criação duradouro.






