Um laudo pericial preliminar da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou novos detalhes sobre o acidente ocorrido em 17 de outubro, quando um ônibus tombou no km 127 da BR-423, no município de Saloá, no Agreste de Pernambuco. O documento, ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso, revela que os passageiros não usavam cinto de segurança.
O laudo vazado não representa a conclusão definitiva das investigações, mas traz informações técnicas do atendimento no local.
Segundo o documento, o tombamento ocorreu por volta das 19h20, em um trecho de pista simples, sem acostamento, não urbanizado, em declive e sob céu claro, já à noite. A pista estava seca no momento do acidente, o que descarta interferência das condições climáticas na ocorrência.
Um dos pontos apontados pela PRF é o fato de que a ampla maioria dos passageiros não utilizava cinto de segurança. O laudo lista nominalmente todos os ocupantes, indicando caso a caso a presença ou ausência do equipamento.
Entre as pessoas que morreram no local, nenhuma estava com o dispositivo afivelado no momento do sinistro, segundo o registro da PRF. O relatório também destaca que os cintos não estavam visíveis ou facilmente acessíveis, o que pode ter contribuído para que os ocupantes não os utilizassem. O uso do cinto é obrigatório em veículos de transporte coletivo rodoviário desde 2014.
Além disso, o documento pontua que o ônibus estava se deslocando a uma velocidade de cerca de 90 km/h em um trecho que determinava 50 km/h.
Segundo o laudo, o motorista perdeu o controle da direção, e a situação pode ter sido agravada pela velocidade considerada inadequada para um trecho que reúne declive prolongado, pista simples, curva acentuada e ausência de área de escape. Há indícios de que o condutor não reduziu a velocidade como determina a legislação em áreas de descida íngreme e curvas perigosas.
Por outro lado, antes do ponto onde ocorreu o tombamento não havia placas verticais informando a velocidade máxima permitida, apenas alertas sobre a extensão do declive, o uso obrigatório do freio motor e a necessidade de verificar as condições dos freios.
O relatório destaca que o trecho possui condições que exigem maior atenção por parte do condutor por se tratar de um local não urbanizado e ter pouca luminosidade.
A análise técnica não identificou problemas mecânicos, falhas no sistema de freios, falta de manutenção, irregularidades na sinalização, danos no pavimento ou fatores climáticos que pudessem ter provocado o sinistro.
O veículo envolvido no sinistro transportava moradores de cidades da Bahia como Brumado, Guanambi, Barra da Estiva e Caetité, entre outras, conforme os endereços registrados no laudo. Os passageiros retornavam de Pernambuco quando o acidente aconteceu.
Ao ser questionada, a PRF informou que “o resultado do laudo da perícia administrativa da PRF referente ao sinistro ocorrido no dia 17 de outubro, em Saloá/PE, ainda está em fase de conclusão e será divulgado em conjunto com os demais órgãos que participaram da perícia realizada no local.” (Diario de Pernambuco)






