Lula reúne ministros para discutir tarifaço, e socorro a empresas deve ser divulgado por etapas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, na manhã desta quinta-feira (31), após reunião com ministros no Palácio do Planalto, que não haverá divulgação de um pacote de medidas em resposta ao tarifaço de Donald Trump contra exportações brasileiras, e, sim, anúncios pontuais que atendam a setores afetados com relevância na pauta de exportações aos EUA. Tudo vai depender do avanço das negociações com os americanos.

O governo brasileiro interpreta que já inaugurou uma segunda fase nas tratativas após o anúncio de quarta-feira, e vai buscar novas exceções e flexibilizações ao tarifaço.

O entendimento do governo é de que há espaço para que haja novas concessões por parte dos americanos, percepção baseada no comportamento do governo Trump em negociações recentes com outros países, a exemplo da China. O plano de contingência de medidas do Brasil, que estava em preparação, está sob revisão à luz do tarifaço.

Participaram da reunião no Planalto os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Alexandre Padilha (Saúde), além do secretário-executivo do Ministério da Indústria, Márcio Elias Rosa, que representou o titular da pasta, Geraldo Alckmin, responsável pelas negociações com os EUA.

As medidas devem ser anunciadas de maneira faseada ao longo dos próximos dias, de acordo com interlocutores de Lula, a partir de entendimentos das conversas da equipe de Alckmin com empresários. A prioridade do governo federal é preservar os empregos dos segmentos afetados.

Na reunião com os ministros, Lula quis saber sobre o impacto do tarifaço na economia e sobre que medidas podem ser adotadas para mitigá-lo.

Não foi tratada na reunião a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, entre os sancionados da chamada Lei Magnitsky. Apesar disso, Lula mantém a posição de que a parte política da justificativa do tarifaço é inaceitável – ou seja, a negociação se dará apenas em termos econômicos, com a defesa das instituições e da soberania brasileira. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil). 

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