O Brasil está passando por um processo exemplar de modificação de rota, e Juazeiro não pode ficar fora dessa travessia. Nós juazeirenses, estamos assistindo à uma decadência político-cultural extremamente angustiante em nossa cidade. É preciso dizer o que muitos políticos juazeirenses têm evitado; a nossa vizinha cidade-irmã traz em sua história, os percalços normais de uma disputa democrática, porém, ao contrário de Juazeiro, sempre com o foco no desenvolvimento — independente da corrente política que comanda o barco. O que é muitíssimo diferente do lado de cá do rio.
Estamos assistindo ao declínio de várias manifestações culturais como: os congos (festa do rosário), penitentes, blocos e estrutura tradicional do carnaval, etc. Há tempos não se vê o florescimento da literatura como outrora houve em Juazeiro com pessoas do calibre de Pedro Raimundo Rego, Edson Ribeiro, Antonília da França Cardoso, Edilson Monteiro, Maria Isabel Figueiredo (Bebela), entre outras. Empreendimentos que eram símbolos do desenvolvimento econômico da cidade como: Cica Norte, Piccadily, Curtume Campelo, Algodoeira São Miguel, entre outras, zarparam! Hoje é notório nas principais avenidas comerciais da cidade a quantidade de empresas de pequeno porte fechadas, em especial na Av. Adolfo Viana.
É claro que essa corrente cultural e essa economia degradante não foram atingidas somente pela política local, entretanto, a política atual é um entrave sistemático que só serve aos seus compadrios.
Política e estruturalmente, Juazeiro está abandonada, feia, suja, mal iluminada e ainda mergulhada na mais podre corrupção. Esgotões cortam a cidade inteira, espalhando doenças e mosquitos de toda sorte. A saúde pública, como todos sabemos, é uma vergonha. O Mercado municipal Joca de Souza está abandonado à míngua. Cobranças absurdas da Zona Azul irritam diariamente os juazeirenses que não sabem para onde vão os 20% do total da arrecadação. Isso tudo só para dar um exemplo.
No entanto, o povo de Juazeiro (assim como o Brasil inteiro), acordou a tempo de construir a ponte que vai resgatar Juazeiro da ilha do abandono cultural e da corrupção.
É por isso e por muito mais que o Movimento Resgate Juazeiro, convida a todos os Juazeirenses que trazem no peito esse sentimento necessário de resgate, para levantar a autoestima dessa cidade, e que independente do presente obscuro, tem um passado; e principalmente terá um futuro, se nós, o povo, remarmos todos com o mesmo espírito e a todo vapor em direção ao resgate da nossa Juazeiro.
Júnior Mota
Movimento Resgate Juazeiro.