Em carta aos Estados Unidos, Governo Federal cobra resposta sobre negociação e manifesta “indignação” com tarifaço

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviaram nessa terça (15) uma carta carta ao secretário de Comercio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, por conta do tarifaço de Donald Trump de 50% contra produtos brasileiros.

No documento, o “o governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto”.

O documento afirma que a imposição das tarifas terá impacto “muito negativo” em setores importantes de ambas as economias, “colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países”.

A carta diz que, nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.

O Brasil afiram que, desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado “de boa-fé” com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos.

“Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano”, afirma o texto.

Diante dessas negociações, o governo brasileiro apresentou, em 16 de maio de 2025, minuta confidencial de proposta contendo áreas de negociação. A carta não foi respondida.

“Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral”, finaliza o texto. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil).

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