Dona Edelzuita: Um Patrimônio Vivo da Educação, a estudante mais idosa do mundo

Não é todo dia que se celebra um aniversário como o de Dona Edelzuita. Aos 96 anos, com uma lucidez invejável, ela não só soprou velas — ela deu uma verdadeira aula de vida para todos que tiveram a sorte de estar ao seu redor. Reconhecida como a estudante mais idosa do mundo em atividade, Dona Edelzuita aguarda ansiosa para ter seu nome inscrito no Guinness Book, um merecido reconhecimento internacional para quem tem transformado o conceito de aprendizado contínuo.

Mãe de nove filhos, avó, bisavó e até tataravó, Dona Edelzuita é a raiz firme de uma árvore que brotou gerações inteiras. Mas sua grandeza vai muito além da família numerosa e do sangue que corre pelas veias dos seus descendentes. Ela é, acima de tudo, uma cristã de fé inabalável, uma mulher de mente brilhante e coração curioso, que nunca parou de estudar. Para ela, a idade não é um limite, mas um convite para ampliar a sede por conhecimento.

Na varanda da casa do filho Josamar Tadeu, rodeada por sua família — filhos, netos, bisnetos e tataranetos — Dona Edelzuita irradiava uma luz serena e tranquila, símbolo da sabedoria que só os anos bem vividos podem conceder. Também estavam presentes o diretor da escola onde ela estuda e uma das professoras, testemunhas do sistema educacional que ainda se emociona e se orgulha de histórias que realmente importam.

O exemplo de Dona Edelzuita já conquistou o mundo. Redes de televisão como a Globo e a Record Internacional levaram sua trajetória para outros continentes. Aqui em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra, profundamente tocada por essa força silenciosa e transformadora, instituiu a Medalha Maria Edelzuita. Um prêmio dedicado a quem se destaca na educação de jovens e adultos, uma homenagem justa para uma mulher que é a prova viva de que nunca é tarde para aprender e que a escola é, ou deveria ser, para todos.

Mais que um nome, Dona Edelzuita é uma ideia, um farol e um testemunho. Sua existência nos lembra que o aprendizado é eterno, que a dignidade não tem prazo de validade e que os sonhos não envelhecem — eles apenas amadurecem.

Que Deus continue abençoando essa mulher maravilhosa com saúde, alegria e sabedoria. E que nós, ainda tão jovens diante de sua grandiosidade, tenhamos a humildade e a coragem de aprender com sua lição mais profunda: viver é também aprender, até o fim.

Por Rinaldo Remígio
*Professor universitário e memorialista.

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