A Polícia Civil de Pernambuco investiga a possível participação de uma mulher de 33 anos na morte da menina Esther Isabelly, 4, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. O corpo da criança foi encontrado, com marcas de agressão, na tarde de terça-feira (21), escondido em uma cacimba no quintal.
Moradores do imóvel em que a menina foi achada, Fernando Santos de Brito, de 31, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, estão presos preventivamente por ocultação de cadáver – e não por homicídio. Eles negam participação na morte de Esther e alegam que não estavam em casa no momento em que o corpo foi levado para lá.
Investigadores, no entanto, contestam as versões dos suspeitos e apontam contradições nos depoimentos. Para a Polícia Civil, só os dois teriam acesso ao local, que é murado e tem um portão de alumínio. Já a cacimba, de 3,7 metros de profundidade, tem tampa de concreto, com cerca de 10 quilos – o que dificultaria que um invasor entrasse no local e escondesse o corpo da criança, sem ajuda de algum morador.
Também pesa contra os suspeitos a informação de que uma das casas, onde Fernando morava, passou por limpeza na segunda-feira (20), quando Esther ainda era dada como desaparecida. Segundo a investigação, a mulher, que é ex-companheira do suspeito e já morou no local, teria ajudado a fazer a faxina e a queimar objetos no local.
Mulher investigada
No inquérito, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a mulher esteve no imóvel no dia do crime. Agora, os investigadores querem descobrir se ela sabia da presença do corpo ou ajudou a escondê-lo na cacimba – cenário em que deveria ser responsabilizada criminalmente.
Em interrogatório, a mulher negou que tenha entrado no imóvel. Segundo relata, ela também teria se mudado há cerca de um mês e não tinha mais a chave da casa.
Aos policiais, ela disse que, no dia do desaparecimento, acordou por volta das 11h, foi à casa de uma tia para almoçar e ficou por lá até o início da noite. Nesse local, ela teria encontrado com o ex, que estaria embriagado, e os dois chegaram a ter um desentendimento.
Por volta das 19h, quando já estava na rua, ela teria ouvido a mãe de Esther gritar que a filha estava desaparecida e teria sido vista sendo levada para a casa de Fabiano e Fernando. Foi quando a mulher teria decidido ir ao local – mas ficou do lado de fora, de acordo com a sua versão.
A mulher relata, ainda, que chegou a conversar com Fabiano, que teria negado que uma criança estivesse no local. O ex, Fernando, teria aparecido em seguida, montado a cavalo, e continuou brigando com a mulher, supostamente por ciúme, segundo o depoimento.
Ela ainda teria ficado cerca de duas horas no meio da rua e voltado a conversar com Fabiano. De acordo com a mulher, ele teria feito a faxina sozinho. Também haveria “alguns objetos pegando fogo” ao lado da casa. Já os suspeitos relatam que ela também teria participado da limpeza. (Sandy James/DP Foto).