Artigo do leitor: As mobilizações sociais surtem efeitos?

    leitor

    Parece que boa parte da classe política perdeu de vista a leitura da realidade. Em 2013 houve uma grande mobilização social. Grandes multidões foram às ruas reivindicar melhorias e mudanças em benefício da população brasileira. Naquela época as pessoas estavam indignadas com os escândalos da corrupção a céu aberto e, principalmente, tendo a participação de alto escalão da nossa política.

    Dois anos se passaram a corrupção aumentou consideravelmente e mais pessoas envolvidas foram descobertas; a lista de gente comprometida em algum ato ilícito não para de crescer. Sinceramente não sabemos qual o final e nem o desdobramento dessa situação.

    Em outras palavras, nada de concreto ou nenhuma ação que refletisse o anseio daqueles que pintaram seus rostos, levaram cartazes e cantaram o Hino Nacional do Brasil. Além disso, foi estampada a Bandeira Nacional no peito como sinal de protesto, escárnio e repudio por essas coisas negativas. O que impressiona é que a queda de regimes totalitários recentemente, mais precisamente do presidente egípcio Hosni Murabak, e Muamar Kadafi na Líbia, tiveram uma influência direta das redes sociais Twiter, Facebook, youtube e blogs.

    Os jovens, fazendo uso dessas ferramentas, despertam interesse da maior parte da massa descontente e os uniram em prol de uma causa comum. Entretanto, o que se vê em nível de Brasil em nossas redes sociais é muita fofoca, inverdades, falsas notícias e brincadeiras. Não vemos um jovem levantar uma bandeira da consciência política em defesa dos seus direitos, dos valores morais, da importância da vida e condições favoráveis na mesa de cada brasileirinho.

    E quando acontece muito raramente é em função de um fato ou de um momento, algo de relance. Não conseguem enxergar a internet, mais especificamente as tecnologias das redes sociais como um instrumento poderoso de comunicação e influência na defesa pacífica dos interesses do país. Penso que podemos usar a força da tecnologia para cobrar dos homens que dirigem o país, menos discursos e mais ações, com políticas públicas que combatam a raiz do problema, e não a causa. Estamos mergulhados numa crise e essa crise tem reflexos diretos na vida de cada cidadão, independentemente de sua posição social.

    Obviamente, os mais humildes sofrem mais, porque a corda só quebra com mais facilidade do lado do mais pobre e frágil economicamente. A impressão que dá é que ninguém está preocupado com a situação do povo, não somos patriotas como os americanos e não temos uma cultura de dizer ‘brasileiro para os brasileiros’ e, sim, ‘salve-se quem puder’. Eduardo Campos, que foi governador de Pernambuco, deixou uma frase memorável: “Não vamos desistir do Brasil”. Na atual conjuntura que se encontra a nação, com vultosas somas de dinheiro sendo desviados, enriquecimento ilícito e lapidação do patrimônio público, fica extremamente difícil nutrir alguma esperança que um dia as coisas possam funcionar sem práticas ilegais. Será que é possível ao longo do tempo nosso país ser visto como modelo para outras nações?

    Infelizmente, hoje ele ocupa as páginas dos jornais de mundo inteiro como um dos mais corruptos, muitas leis e pouco cumprimento delas e que nosso sistema educacional ainda está longe de alcançar e atingir uma qualidade invejável. Contudo, a nossa consciência política pode mudar o rumo das coisas.

    Antonio Damião Oliveira da Silva 

    Guarda Municipal Petrolina.

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