O advogado de 34 anos, suspeito de estupro de vulnerável contra a própria filha de 16 anos, foi transferido para o Presídio Advogado Brito Alves (PABA), em Arcoverde (PE). A prisão preventiva foi determinada pela Justiça após ele descumprir medidas cautelares. A identidade do homem não é revelada para preservar a vítima.
A transferência ocorreu após uma audiência de custódia na sexta-feira (29), que confirmou a legalidade do mandado de prisão. O município de Inajá, onde o crime teria ocorrido, fica a cerca de 132 km de Arcoverde.
O investigado havia sido preso em flagrante em 16 de agosto, mas foi solto no dia seguinte para cumprir medidas cautelares da Lei Maria da Penha, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, segundo a polícia, ele não instalou o equipamento no prazo e foi visto consumindo bebida alcoólica em um bar.
Diante das irregularidades, o delegado responsável pelo caso comunicou o descumprimento ao juiz, que decretou a prisão preventiva. O advogado se apresentou na Delegacia de Floresta na quinta-feira (28), quando o novo mandado foi cumprido.
O inquérito policial mostra que a investigação se baseia também em prints de mensagens trocadas entre o advogado e a adolescente. Nos diálogos, ele envia conteúdos de teor sexual, insiste para que a vítima visualize os arquivos e pede que não conte a ninguém.
Em uma das conversas, o homem pergunta se a filha estava sozinha e se a avó dela lia as mensagens. Em outro trecho, afirma que gostaria de mostrar “uma coisa”, mas admite que poderia parecer “safado”.
No depoimento à polícia, o advogado afirmou que trocava mensagens com outra mulher no mesmo momento em que falava com a filha e que teria enviado os vídeos íntimos “por engano”.
Segundo o delegado Daniel Angeli, a audiência de custódia serviu apenas para verificar a legalidade do cumprimento do mandado de prisão, sem reavaliar o mérito da decisão judicial.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Pernambuco, informou que a Comissão de Direitos Humanos abriu uma representação contra o advogado no Tribunal de Ética e Disciplina. O processo corre em sigilo. (Foto: Google Street View).