Queiroz Galvão é alvo de operação da Lava Jato em Pernambuco

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A força-tarefa da Operação Lava Jato apontou nesta terça-feira que o envolvimento da Construtora Queiroz Galvão em “grandes esquemas de corrupção não é inédito”. A empreiteira e seus executivos Ildefonso Colares e Othon Zanoide são alvo da Operação Resta Um, 33ª fase da maior ação contra corrupção do País.

“O histórico de envolvimento do grupo com grandes esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha, e tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais superiores”, informou em nota a força-tarefa da operação. Segundo o procurador Diogo Castor, a banalização das anulações de provas representa um alento para os criminosos que já tiveram participação em esquemas criminosos provados.

Ao todo, foram expedidos 32 mandados judiciais, sendo 2 de prisão temporária, 1 de prisão preventiva, seis de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 23 de busca e apreensão. Em Pernambuco, foi cumprido um mandado de busca e apreensão e um de condução coercitiva. O alvo é um empresário, que foi levado para prestar depoimento na sede da Polícia Federal no Recife. Após os esclarecimentos, o executivo irá realizar um exame de corpo delito e deve ser liberado. “A investigacão não corre em Pernambuco e não temos informações mais detalhadas sobre o envolvimento dele. Compete aos policiais daqui apenas dar apoio operacional”, afirma o chefe de comunicacao da PF, Giovani Santoro.

A atual etapa mira a participação da Construtora Queiroz Galvão no chamado cartel das empreiteiras. Outra frente apura a denúncia de pagamento de propina ao PSDB para esvaziar a CPI da Petrobras, em 2009. O esquema foi revelado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação premiada.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a construtora formou com outras empresas um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Esse cartel aumentou os lucros das companhias privadas e causou prejuízos bilionários para a estatal.

O esquema funcionava através de pagamentos em favor de altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento. Os valores eram pagos pelos executivos da Queiroz Galvão. As propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões. As obras investigadas na atual fase englobam contratos em complexos petroquímicos no Rio de Janeiro, na Refinaria Abreu e Lima, Refinaria Vale do Paraíba, Refinaria Landulpho Alves e Refinaria Duque de Caxias.

As investigações do MPF apontam ainda que existem fortes indícios de que milhões de dólares em propinas foram transferidos em operações feitas por meio de contas secretas no exterior. Os pagamentos teriam sido feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip. (AE).