O IV Simpósio de Mudanças Climáticas e Desertificação no Semiárido Brasileiro (IV SMUD) acontece sob o tema “Experiências e oportunidades para o desenvolvimento”, de 19 a 21 de maio na sede da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE). Os organizadores ainda mantém aberta as inscrições que podem ser feitas por meio digital acessando o endereço http://www.ivsmud.com.br/index.php?page=inscricao .
A escolha do tema reflete o avanço alcançado pela pesquisa técnico-científica na geração de conhecimentos e de soluções para a agricultura brasileira sob os impactos do aumento da temperatura da terra.
O objetivo do evento, explica sua coordenadora Francislene Angelotti, pesquisadora da Embrapa Semiárido, é reunir e divulgar os conhecimentos científicos que orientem as futuras ações de pesquisa e desenvolvimento relacionadas às ações de adaptação e mitigação das mudanças climáticas no Semiárido brasileiro. Os temas definidos para apresentação das palestras e de conferências atrai a participação da comunidade científica do Brasil e do exterior, mas, também, representantes de órgãos públicos e de entidades da sociedade civil.
Esta participação de variados segmentos sociais está consolidando o Simpósio como fórum de debates acerca das alternativas de superação dos problemas agrícolas que aparecerão com as mudanças no clima e o avanço dos processos de desertificação, afirma Francislene.
Além da programação de palestras, os inscritos terão a oportunidade de realizar visitas a locais onde pesquisadores da Embrapa Semiárido executam projetos relacionados ao tema do evento.
São localidades onde se pode perceber o esforço que se tem feito pelas instituições de pesquisa, e que podem ser observados “resultados que revelam, no fenômeno climático, oportunidades para novas tecnologias e manejos mais eficientes dos cultivos, porque alguns dados revelam que alguns prognósticos fazem é melhorar a resposta das plantas ao aumento da temperatura”.
Projetos na área de fitossanidade, já concluídos ou em execução, apresentam resultados que apontam a perda de severidade de algumas doenças, pragas e erva daninhas nos cultivos.
Uma das conferências programadas para acontecer durante o evento é do pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, Giampaolo Queiroz Pellegrino. Ele irá apresentar o Portifólio Mudanças Climáticas que reúne grande quantidade de pesquisadores e de projetos voltados para atenuar os efeitos da elevação da temperatura sobre aspectos como a segurança alimentar, a perda de biodiversidade e a degradação ambiental.
“Diante de ambientes degradados, desprovidos de vegetação, implementar medidas de estímulo à prestação de serviços ambientais por parte dos agricultores, a exemplo de remuneração pela recuperação desses locais, é uma solução que pode viabilizar renda e sustentabilidade”, garante a pesquisadora.
Biodiversidade – A grande vulnerabilidade do semiárido frente às mudanças climáticas se dá, principalmente, devido a sua fragilidade socioeconômica. No entanto, na sua opinião, o Bioma Caatinga merece uma abordagem mais realista com relação à resistência aos impactos do tempo mais quente do que já é normalmente.
As plantas da região dispõem de mecanismos fisiológicos e de genes que permitem sobreviver e produzir em condições de grande restrição hídrica. Várias delas têm vasto uso na criação pecuária e no extrativismo de frutas.
“Esta característica, encontrada nas espécies nativas, é fonte para pesquisas e ações de desenvolvimento que podem oferecer respostas significativas às novas demandas dos sistemas de produção das áreas dependentes de chuva, onde se prevê situações mais críticas pela mudança do clima”, afirma a pesquisadora.