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Estudantes ocuparam nesta quinta-feira (7), a plenária da casa Plínio Amorim. Eles cobram que a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), adote uma política de interiorização do ensino.
A proposta é de que os egressos do Ensino Médio de escolas públicas ou particulares e de cursinhos da região recebam uma bonificação na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A medida é para diminuir a quantidade de alunos da região que precisam estudar em outras localidades.
O sistema de bônus regional já acontece na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru e Vitória de Santo Antão e também na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Caicó e Belém do Pará.
Nestas instituições a bonificação está em vigor, sendo 10% na UFPE e 20% na UFRN. Os estudantes também pedem esse mesmo valor no bônus na região.
O MEC colocou uma portaria normativa Nº 21 publicada no dia 05 de novembro de 2012, que regulamenta todo processo do Sisu/ENEM o direito a bonificação com descontos que chegam a 20% em algumas universidades, onde as instituições devem conter especificamente o número de vagas e as eventuais bonificações em relação à nota dos alunos tiradas no Exame Nacional do Ensino Médio, decisão esta que a Univasf e algumas instituições locais não seguem.
A professora Meriene do cursinho Bios de Petrolina está a frente da comissão de alunos que querem a bonificação. Para ela tem sido difícil desde o ano de 2009 ouvir estudantes clamar para ter direito ao bônus.
“Os alunos do sertão, agreste não foram contemplados e poderíamos está avançando, A Univasf não faz isso, e para nós seria um sonho, já que estamos numa cidade que carece de médicos, engenheiros e demais profissionais, os conselheiros da Univasf precisam ouvir os anseios dos estudantes”, disse.
Um dos representantes da União dos Estudantes do Sertão (UES), Igor Ferreira, comenta que é direito da Univasf conceder a bonificação e revela que não aceita que alunos venham de outros lugares e ocupem as vagas dos estudantes do sertão.
“Porque lá em Caruaru tem a bonificação e a gente não tem? Quem é daqui da região e tenta entrar lá fora encontra dificuldade porque eles não aceitam. Agora quem vem de outras cidades não encontra dificuldades, mas só porque ele é de fora? O direito tem que ser para todos, desabafou o estudante”.
De acordo com o estudante a aprovação do bônus trará benefícios, pois esse desconto poderá favorecer quem reside na região a se formar e trabalhar onde mora, sem precisar migrar para outra cidade e essa bonificação deixa para quem vem de fora e quem também mora na região, uma concorrência igualitária, onde ambas as partes serão favorecidas.
Os alunos tiveram o apoio dos vereadores Alvorlande Cruz e Pérsio Antunes que estiveram reunidos com o Reitor da Univasf Julianelli Tolentino, que trataram sobre o bônus, onde entregaram ao magnífico, 21.500 assinaturas de alunos e da população que apoiam a aprovação do bônus.
“Na conversa, entendemos que houve um prejuízo para os estudantes da região, já que pessoas que vem de fora ocupam os lugares dos nossos estudantes e agora vamos convidar o Conselho universitário para vir à câmara e vamos debater esse tema para que seja aprovado a bonificação”, comentou.
Alvorlande Cruz diz que a Univasf precisa ser mesmo do Vale do São Francisco e atender toda a região.
“Senti a vontade da univasf em atender os estudantes, mas queremos não 10 ou 15, mas 20% de bonificação e que os 50 membros do conselho aprovem essa ideia e esse povo tenha os seus direitos garantidos por lei”, ressaltou.
Caberá agora ao conselho da universidade decidir em votação e aprovar a lei de bonificação, já que o reitor da Univasf diz ser a favor da ideia, e se o conselho empatar a votação, o reitor é quem poderá desempatar.
A proposta poderá ser aprovada no mês de Julho onde os estudantes estarão reunidos com o conselho.
O Conselho Universitário da Univasf tem autonomia para decidir sobre esse tema. Não podem dizer que é inconstitucional, pois se a UFPE adota, é porque é permitido. Além do mais, esse “bônus regional” é, de fato, uma política pública que fortalecerá o desenvolvimento regional, e isso é um papel ímpar que a Univasf, com uma década de existência, poderá programar.
Esperamos o bom senso da Univasf, que hoje representa o sonho dos nossos jovens. Porém, como as vagas são pelo Enem/Sisu, nossos sertanejos enfrentam competição nacional. Um “bônus regional” de 10%, ou mais, seria um incentivo extra, pois bons alunos de escolas públicas e privadas teriam com esse bônus a possibilidade de competirem melhor, estudarem numa grande universidade – a Univasf – e serem os novos profissionais do semiárido.