Após 15 anos sem vencer, Pernambuco voltou a conquistar uma medalha na International Physics Olympiad (IPhO), maior competição de física do mundo para estudantes do Ensino Médio. O bronze foi alcançado por Eduardo Barbosa, de 17 anos, aluno do Colégio GGE e integrante da restrita seleção brasileira de física, formada por apenas cinco estudantes de todo o país. A olimpíada, considerada a “Copa do Mundo da Física”, foi realizada de 18 a 24 de julho, em Paris, reunindo jovens de diversos países.
A preparação para a competição começou bem antes da IPhO, e o trabalho intenso da equipe de professores seguiu durante o evento. Nos dias que antecederam as provas, os docentes se dedicaram a discussões técnicas, análises detalhadas e à tradução das provas. “Logo depois da cerimônia de abertura, já começamos uma maratona para discutir, analisar e traduzir a prova experimental. Chegamos a virar a noite trabalhando para que tudo fosse entregue da forma mais precisa possível”, conta Kelly Camargo, professora de Física Experimental do Colégio GGE.
O mesmo nível de exigência se repetiu na prova teórica, considerada um dos maiores desafios da IPhO. “Essa é uma olimpíada de altíssimo nível, com provas muito complexas e exaustivas. Este ano, por exemplo, a teórica foi extremamente difícil para todos, trazendo conceitos bem trabalhados e até interdisciplinaridade. Mesmo assim, Eduardo se destacou e, por tudo isso, essa medalha de bronze tem um sabor de ouro ou prata: é resultado de anos de dedicação, muito estudo, preparo técnico e equilíbrio emocional. Tenho muito orgulho dele”, resume Kelly.
A trajetória de Eduardo é marcada por dedicação e resiliência. Desde o 8º ano, quando conquistou sua primeira medalha de bronze na Olimpíada Brasileira de Física (OBF) e entrou para a Seletiva das Olimpíadas Internacionais de Física (SOIF) com apoio do GGE, ele vem acumulando conquistas. Repetiu o ouro na OBF no 9º, 1º e 2º anos, avançou para o Torneio Brasileiro de Física (TBF) e no 2º ano do Ensino Médio, recebeu menção honrosa na equipe internacional e, em 2024, garantiu novamente ouro na OBF, destaque na SOIF e medalha de ouro no TBF 2025 – resultado que o colocou entre os cinco melhores do país e abriu as portas para representar Pernambuco na IPhO.
“É um caminho muito longo até chegar à IPhO. Só na Olimpíada Brasileira de Física foram cerca de 300 mil participantes neste ano, e depois ainda passamos por várias etapas, como a SOIF e o TBF. Ser um dos cinco estudantes selecionados para representar o Brasil é uma honra enorme. Saber que todo o esforço, dedicação e preparação intensa valeram a pena me deixa muito feliz. Essa medalha é o resultado de anos de estudo e do apoio fundamental que recebi da minha escola e dos meus professores”, afirma o aluno.
Durante toda essa jornada, Eduardo contou com o acompanhamento especializado da equipe olímpica do Colégio GGE, passando por treinamentos teóricos e experimentais avançados. Seu preparo incluiu vivências práticas em laboratórios universitários da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de uma imersão especial de três dias no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde treinou com kits experimentais de provas reais da IPhO e da European Physics Olympiad (EuPhO).
A IPhO é uma competição de caráter individual: todos os alunos competem entre si. A avaliação consiste em uma prova teórica e uma experimental, realizadas em dias distintos. A prova teórica é composta por três problemas, com duração de cinco horas, totalizando 30 pontos. Já a prova experimental normalmente traz um ou dois problemas, com duração total de cinco horas e valor de 20 pontos. A pontuação final é a soma simples das duas provas.