Entrou em vigor, nesta quarta-feira (6), a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre uma gama de produtos brasileiros. A medida começa a valer com os canais de diálogo direto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ainda congelados, apesar de breves acenos na semana passada.
Na véspera da implementação, na última terça-feira (5), o presidente Lula declarou que não tomaria a iniciativa de telefonar para o líder americano para negociar. “Não vou ligar para o Trump para negociar nada, porque ele não quer”, disse o presidente, sinalizando o impasse.
A partir de hoje, a nova sobretaxa de 50% incide sobre 35,9% de tudo o que o Brasil exporta para os EUA, um volume comercial que, com base em 2024, corresponde a US$ 14,5 bilhões anuais.
O impacto econômico não é total, pois o governo americano divulgou previamente uma lista com cerca de 700 itens que foram isentos da sobretaxa, incluindo commodities importantes como petróleo, minério de ferro e suco de laranja. A Embraer também conseguiu negociar uma alíquota reduzida para suas aeronaves.
Ainda assim, a taxa de 50% é, de longe, a mais alta entre as aplicadas pelos EUA a dezenas de outros parceiros comerciais, o que reforça a visão do governo brasileiro de que a medida tem um viés político e “eleitoral”, como classificou Lula.
A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre frutas brasileiras exportadas causou apreensão entre produtores do Vale do São Francisco. A medida, que atinge em cheio as exportações de mangas e uvas, pode gerar prejuízos milionários à região, que vive essencialmente do agronegócio. (Foto: Reprodução).