Situação do Hospital Universitário não muda e após portão ser fechado, caso vai parar no Ministério Público Federal

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A presidência do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) reuniu a imprensa local na manhã desta quarta-feira (16), onde foi apresentado um balanço da última fiscalização realizada no Hospital Universitário, após a denúncia de que um dos portões da unidade foi fechado neste fim de semana, deixando vários pacientes a espera de um atendimento.

O presidente do Crempe Silvio Rodrigues, destacou que o único hospital de referência em traumas da região ainda é motivo de reclamações constantes.

O quantitativo de leitos da unidade é inferior para atender a capacidade da rede que inclui Pernambuco, Bahia e outaras cidades de outros estados. Continuam faltando insumos, medicamentos, materiais cirúrgicos, mas algo que vem persistindo, é a falta de recursos humanos.

“Nos finais de semana onde teve essa ultima ocorrência, não tinha nenhum anestesista de plantão, no mínimo, dois desses profissionais deveriam ficar de plantão. O número de clínicos também é inferior, a fila de espera da ortopedia, onde 95% dos pacientes esperam por pacientes”, ressaltou o presidente.

Episódio do último sábado

O presidente confirmou que o portão da unidade foi fechado. O plantão funcionava apenas com dois clínicos, não havia cirurgião de plantão e não tinha anestesista.

“Houve uma restrição do plantão nesse dia porque o médico de plantão viu a sobrecargas de pessoas que chegavam, mas restrição não é deixar de atender. Os pacientes que correram risco de vida não foram atendidos”, ressaltou.

Procedimentos após o fato

O Conselho de medicina irá abrir uma sindicância para apurar o ocorrido, após o caso tomar proporções pela imprensa. Foi feito ainda uma avaliação no SAMU local e um conselheiro irá chamar todos envolvidos no caso. Em relação a médica do Samu Juliana Aguiar, que estava com um paciente na ambulância e que pediu para que o portão fosse aberto, o presidente relata que tanto a direção do hospital, quanto a médica, não formalizaram denúncia.

“O que nós queremos é que o número de anestesistas aumente, que novos concursos sejam realizados. Nós vamos levar esse erro grave ao ministério público federal vamos entrar com uma ação civil contra a Ebserh com um pedido de liminar para que essa empresa contrate profissionais suficientes para atender a população”. contou o presidente.

Com o caso sendo levado a justiça, a Ebserh terá 48h para se pronunciar. Existem ainda procedimentos de tentar manter o plantão mesmo em casos como o que aconteceu no último final de semana, mas a administração da unidade recusou a cumprir o atendimento aos pacientes.

Possível notificação ao reitor da Univasf e a administração do HU

Como o conselho de medicina só atua em notificar o ato médico, mas teste caso também, com a denúncia encaminhada ao Ministério Público Federal, o órgão poderá abrir procedimentos para notificar a parte administrativa da unidade, incluindo o reitor Julianelli Tolentino.

O hospital da Univasf continua sem anestesistas nos finais de semana e os pacientes continuam nos corredores aguardando por cirurgias.

“A fila de espera da ortopedia continua pelo grande número de pacientes que tem, inclusive vítimas de acidentes de moto. São pacientes esperando cirurgia de ortopedia e aí a gente constatou também que existe o convênio que foi firmado com as prefeituras de Petrolina e Juazeiro para contratação de anestesistas, mas o número de vindas desses especialistas para dar o suporte junto com a equipe do hospital ainda é pequeno para a necessidade que tem”, disse Sílvio Rodrigues.

O próximo passo do conselho, segundo o presidente do Cremepe, é entrar na justiça exigindo a adequação do número de profissionais da unidade.