Cocaína: rede de importação da droga na Europa é desmantelada pela Europol; Brasil está envolvido

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A agência policial Europol anunciou nesta quinta-feira o desmantelamento de uma grande rede sul-americana de importação de cocaína na Europa, no final de uma investigação realizada do Brasil a Espanha, via Turquia, que levou à apreensão de 8 toneladas de cocaína e a 40 detenções.

Segundo os investigadores, “a rede criminosa operava a partir do Dubai e da Turquia, organizando o tráfico de várias toneladas de cocaína da América do Sul para toda a UE”. A Europol explicou que a operação durou três anos, contando com a participação de forças policiais de uma dezena de países.

Golpe nos cartéis dos Balcãs

“É uma das maiores operações contra os cartéis dos Balcãs até agora”, explicou Tomislav Stambuk, chefe da unidade de controlo de drogas da Polícia Nacional Croata, em uma coletiva de imprensa em Madrid.

Stambuk esclareceu que esta organização é constituída por “numerosas células criminosas”, que é “muito ativa e violenta” e que é responsável por metade da cocaína que chega à Europa.

“No final, ainda são grupos que operam e dominam áreas da Europa”, disse o tenente-coronel da Guarda Civil Óscar Esteban Remacha, chamando o cartel dos Balcãs de “guarda-chuva” para várias organizações.

Robert Fay, chefe da unidade antidrogas da Europol, saudou a cooperação internacional para esta operação, mas reconheceu a preocupação com o impacto do tráfico de drogas.

“Vemos ataques, assassinatos, homicídios profissionais, tiroteios que ocorrem quase todos os dias na União Europeia, em todos os Estados-membros europeus, e isso é algo que nos preocupa”, explicou Fay.

A rede desmantelada orquestrou “o tráfico de várias toneladas de cocaína da Colômbia, Brasil e Equador para a UE”. Os seus envios marítimos “passavam por centros logísticos na África Ocidental e nas Ilhas Canárias” a caminho da Europa.

“Assim que as drogas chegaram à UE, os suspeitos utilizaram centros de tratamento na Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália e Espanha para continuarem a distribuir cocaína por toda a Europa”, acrescenta o texto.

Pelo menos um dos croatas detidos em Istambul atuou como “corretor”, como é conhecido no jargão policial alguém que tem contatos e atua como coordenador. Este corretor “tinha fornecedores próprios [de cocaína] no Brasil, depois tinha infraestrutura na África Ocidental para ali armazená-la e depois transferi-la para as Ilhas Canárias ou outros pontos da Europa”, explicou o Tenente-Coronel Remacha.

O fornecedor de drogas no Brasil era a poderosa organização criminosa PCC, Primeiro Comando da Capital, explicou a polícia.