Peso no bolso: Pernambuco terá reajuste em dose dupla nos remédios em 2024

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Os preços de 15 mil medicamentos, que tiveram um aumento médio de 5,6%, em abril do ano passado, vão sofrer um novo reajuste de 2,5% em Pernambuco, neste mês de janeiro. O motivo é o realinhamento da alíquota modal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), no estado, que passou de 18% para 20,5%, desde o último dia 1º. A alta nas prateleiras das farmácias já começa a ser sentida e reclamada pelos consumidores. Vale lembrar que os pernambucanos vão se deparar, neste ano, ainda com outro aumento nos preços a partir de 1º de abril, decorrente do reajuste anual feito pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), com aval do Governo Federal.

“É um custo que chegou para todos nós, sem o devido diálogo, e não há como fugir, alguém sempre terá que pagar essa conta. O aumento do ICMS já nos traz um desafio desde a aquisição, no momento em que realizamos os pedidos dos produtos e nos deparamos com valores mais caros para levá-los até as prateleiras. Com todas as outras despesas já existentes, fica o gargalo, não há outro caminho que não seja repassar”, explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco (Sincofarma-PE), Ozeas Gomes.

Segundo ele, o estado conta com cerca de 3 mil estabelecimentos, sendo 70% desta fatia ocupada por pequenos e médios negócios, que atuam com estoques mais enxutos, o que carece de reposição mais frequente. “O restante é preenchido pelas grandes redes de farmácias, que também incluem cosmética, utilidades e demais itens diversos no leque ofertado. No entanto, mesmo em menor número, conseguem mais que o dobro do faturamento que todas as demais juntas. Compram em maior quantidade e barganham melhores condições”, destaca.

Pernambuco está entre os 10 estados brasileiros que vão ter duas altas dos remédios em 2024, devido à mudança na alíquota do ICMS. Assim como aqui, no Distrito Federal, Ceará, Paraíba, Rondônia e Tocantins o aumento também começa a ser sentido neste mês. Em nota, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) criticou o ajuste na alíquota do imposto. “É inacreditável num período de Reforma Tributária, que trata da simplificação e melhoria para o cidadão, e depois de a saúde ter sido enquadrada na menor alíquota, com redutor de 60%, que isso esteja acontecendo”, disse o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto.