Indicado ao STF, Dino deve enfrentar “clima de CPI” em sabatina

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A oposição planeja transformar a sabatina do ministro Flávio Dino (Justiça) no Senado em uma extensão da CPI do 8 de Janeiro. O objetivo é desgastá-lo com assuntos ligados à pasta, como a ausência de imagens do circuito interno no dia dos atos, o recebimento de alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a atuação da Força Nacional.

Indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele também terá que responder sobre outros temas caros à direita, como itens da pauta de costumes. O encontro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai ocorrer no dia 13.

Dino foi alvo de pedidos da oposição para ser ouvido na CPI, mas nunca houve acordo para levá-lo ao colegiado. Adversários usaram um relatório paralelo para pedir o indiciamento do ministro por supostos crimes de desobediência e abuso de autoridade.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) defendeu a presença de Dino, para que prestasse esclarecimentos a respeito das medidas após os alertas recebidos pela Abin, as imagens do circuito interno do ministério e sobre a Força Nacional. Para o senador, os motivos das ações de Dino nesses casos podem comprometer a imparcialidade de um juiz, por isso é necessário conhecê-los.

— Há uma represa (a ausência na CPI) e é impossível que não haja uma tentativa de rompê-la — resume Amin.

Dino nega as acusações e diz que as imagens foram arquivadas em razão do contrato com a empresa responsável pelas câmeras. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reitera que ele será questionado por temas que a oposição gostaria de ter apresentado na comissão e reclama que Dino foi blindado pela presença de aliados no colegiado. A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), vem auxiliando o ministro em busca de votos.