Após críticas, Moro justifica voto contrário a Reforma Tributária: “Perigo para cidadão”

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A Reforma Tributária foi aprovada em segundo turno no plenário do Senado nesta quarta-feira. O texto-base recebeu o aval de 53 senadores e o posicionamento contrário de 24 oposicionistas, muitos deles ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre eles, o ex-juiz federal da Lava-Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR) que se tornou alvo de críticas por ter se unido a bolsonaristas.

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Por este motivo, o senador justificou o seu voto contra a proposta. De acordo com ele, a reforma abre espaço para o aumento da carga tributária referente à contribuição sobre a iluminação pública, IPVA e imposto sobre herança:

“Isso é um perigo para o cidadão. Aliás, a reforma também não é boa para o Paraná por que acabou sendo discriminado negativamente na repartição do Fundo do Desenvolvimento Regional. Pelas regras colocadas na reforma, (o Paraná) vai receber uma parcela menor desse fundo em comparação com outros estados (…) eu não posso votar numa reforma que abre espaço para aumento de tributo e que prejudica o Paraná” disse Sergio Moro.

Além de Moro, outros 23 parlamentares se posicionaram contra a reforma. São eles: Marcos Pontes(PL-SP), Carlos Portinho (PL-RJ), Cleitinho (Republicanos-MG), Damares Alves (Republicanos-DF), Dr. Hiran (PP-RR), Eduardo Girão (Novo-CE), Esperidião Amin(PP-SC), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Izalci Lucas (PSDB-DF), Jaime Bagattoli (PL-RO), Jorge Seif (PL-SC), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Rogerio Marinho (PL-RN), Romário (PL-RJ), Soraya Thronicke (Podemos-MS), Tereza Cristina (PP-MS), Wellington Fagundes (PL-MT) e Wilder Morais (PL-GO).

Apesar da aprovação ser de interesse do governo Lula (PT), a reforma tramitava há 30 anos no Congresso Nacional, motivo pelo qual teve o apoio de parlamentares de fora da base do presidente. De maneira geral, a proposta propõe a simplificação do sistema tributário. Com a aprovação da reforma, cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) serão transformados em três — Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo.

O movimento de aproximação do Moro com o conservadorismo ocorre desde o início de seu mandato. Recentemente, ele se aproximou de lideranças internacionais de direita e intensificou seus discursos sobre políticas de gênero ou em oposição ao governo federal.

Isto ficou evidente em relação ao conflito em Israel. Logo no início da guerra, o senador cobrou críticas mais duras ao Hamas, que não foi classificado por Lula como grupo terrorista. Assim como Bolsonaro, o senador relembrou um comunicado publicado no site da organização após a eleição do petista: “Hamas parabeniza Lula pela vitória nas eleições”, dizia. O parlamentar também abordou uma nota oficial do Itamaraty a respeito dos ataques: “Sequer nomina ou repudia nominalmente” o Hamas, disse Moro.