Milícia: Rio de Janeiro vive um dos maiores ataques criminosos de sua história

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Um ataque orquestrado por milicianos em diferentes pontos do Rio, em uma das maiores ofensivas do crime organizado já registradas em solo fluminense, deixou um rastro de destruição e caos nesta segunda-feira (23).

Os paramilitares incendiaram pelo menos 35 ônibus, segundo balanço divulgado por volta das 19h — todas na Zona Oeste da capital, região que concentrou a investida dos bandidos. A quadrilha também ateou fogo em quatro caminhões e um vagão de trem.

Pelo menos sete bairros foram diretamente afetados pelos atos criminosos: Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes. Mais de 1 milhão de cariocas moram nessa parte da Zona Oeste.

Os ataques prejudicaram ainda o transporte público. De acordo com a SuperVia, estações em Santa Cruz chegaram a ser fechadas “para a segurança dos colaboradores e passageiros”. Uma estação do BRT no mesmo bairro foi incendiada, e outras três foram alvo de tentativas de atear fogo. A MOBI suspendeu integralmente a operação no corredor Transoeste em virtude da insegurança.

Às 18h, no retorno para casa dos cariocas após o trabalho, o Centro de Operações Rio (COR) computava 121 quilômetros de engarrafamento. O congestionamento é 66% maior do que a média das últimas três segundas-feiras (73 quilômetros), ainda segundo o COR.

Já a Secretaria Municipal de Educação informou que em diversas localidades da Zona Oeste, com destaque para Santa Cruz, Paciência, Cosmos e Guaratiba, 45 unidades escolares foram afetadas, “diante do cenário de completa insegurança”. Em 17 destas unidades, alunos e profissionais não puderam ser liberados imediatamente, seguindo o protocolo de segurança da secretaria. Ao todo, segundo a pasta, 17.251 alunos foram afetados.

O ataque dos paramilitares teve início depois que Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteus, foi morto em confronto com agentes da Polícia Civil em uma comunidade de Santa Cruz. Ele era sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, criminoso que assumiu o controle da maior milícia do estado do Rio.