O novo salário mínimo, fixado em R$ 880 – já em vigor neste mês de janeiro – após os 11,6% de reajuste, trouxe um impacto negativo para as contas da maioria dos municípios pernambucanos. A alta, superior à inflação, surpreendeu muitos prefeitos, que não possuem previsão de capital para bancar o aumento. Dentre as medidas tomadas para o contingenciamento, estão demissões de comissionados e redução salarial.
A valorização real do mínimo, baseada na inflação e no índice de produtividade da economia brasileira, modifica o valor recebido por 48 milhões de trabalhadores e aposentados. “Isso vai pesar muito porque repercute na Previdência e faz com que outras categorias peçam aumento”, comentou José Patriota, presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
O professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco, André Magalhães, explica que municípios menores têm muita inadimplência, além de pagarem o salário mínimo a mais pessoas. “O aumento é importante, mas se não controlar a inflação, o poder de compra vai diminuir, já que a próxima correção é só em 2017”, disse.
Saiba mais:
– O reajuste do salário mínimo de R$ 788 para R$ 880, em vigor desde 1º de janeiro, prevê a injeção de R$ 57 bilhões na economia do país, de acordo com o Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)
– Em contrapartida, os 11,6% de aumento provocam um rombo de R$ 2,9 bilhões no Orçamento da União
– O aumento salarial significa, no total, uma despesa de mais R$ 30,2 bilhões para o Governo Federal
– 48,3 milhões de pessoas recebem salário mínimo no país
– O acréscimo de R$ 92 em relação ao mínimo do ano de 2015 foi definido de acordo com a inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
– 10,72% é a previsão de mercado do fechamento do IPCA.