Os policiais Aline Maria Lopes dos Prazeres e Wagner Souza do Nascimento foram promovidos na polícia pelo critério de “post mortem”. Os dois, que integravam os quadros da Polícia Militar de Pernambuco, foram assassinados, em 20 de dezembro, pelo colega de farda Guilherme Barros, que abriu fogo no 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife.
Aline, que era major, foi promovida a tenente coronel. Já Wagner, até então segundo tenente, passa a ser considerado primeiro tenente. As promoções foram publicadas na edição desta sexta-feira (30) do Diário Oficial de Pernambuco e têm efeitos retroativos a 20 de dezembro, dia da morte dos policiais.
De acordo com a lei complementar nº 470, de 21 de dezembro de 2021, que dispõe sobre a ascensão dos militares do Estado de Pernambuco, a promoção post mortem ocorre quando há reconhecimento ao militar “estando em serviço ou atuando em razão da função”.
A lei cita que a promoção ocorre quando a morte é “em consequência de ações ou operações de preservação da ordem pública, na prevenção ou combate de incêndios e durante operações de salvamento de pessoas e bens ou de defesa civil, de acidentes de serviço ou de moléstia ou doença decorrente de qualquer desses fatos”.
Na prática da execução da lei, os dependentes de Aline e Wagner, que passarão a receber a pensão por morte dos dois, terão direitos aos valores correspondentes às novas patentes dos policiais.
O regulamento da Polícia Militar de Pernambuco prevê que têm direito a receber a pensão aqueles que forem devidamente reconhecidos e habilitados na Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape).
A agora tenente-coronel Aline tinha mais de 20 anos de serviços prestados à PMPE. Ela estava havia pouco tempo no 19º Batalhão, tendo passado anteriormente por outros quartéis da polícia. Antes, Aline passou pelo BPChoque, pelo 6° BPM, 11° BPM e CIATur. No 19° BPM, onde foi alvejada, major Aline exercia a função de subcomandante.
Após ser baleada por Guilherme Barros, que antes matou a esposa Cláudia Gleice da Silva, no Cabo de Santo Agostinho, Aline foi socorrida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Ela era casada e tinha uma filha de 6 anos.
O agora primeiro tenente Wagner Souza, que era casado e morreu ainda no Batalhão, tinha 12 anos de carreira na Polícia Militar. Antes do 19º BPM, ele era lotado no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e no 16º Batalhão de Polícia Militar.