Insa alerta para agravamento da crise hídrica no Semiárido brasileiro em 2016

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O Semiárido brasileiro abriga aproximadamente 24 milhões de habitantes. A população sertaneja convive hoje com um fenômeno de escassez de água, que os meteorologista acreditam se tratar do período seco mais crítico dos últimos 50 anos, com valores de precipitação pluviométrica muito abaixo da média histórica. Esse regime atípico de chuvas diminuiu o volume de água armazenado, gerando efeitos negativos sobre o abastecimento público na região.

Nem mesmo a região Semiárida, historicamente bem adaptada à falta de chuvas deixou de sentir o impacto de 4 anos consecutivos de estiagem. Um relatório divulgado no dia 18 de novembro pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aponta para um cenário de poucas chuvas na região Nordeste entre fevereiro e maio de 2016, o que deve agravar ainda mais os impactos da seca que atinge a região. De acordo com o 11º boletim de Monitoramento dos Reservatórios da Região Semiárida, publicado pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), o volume hídrico armazenado nos reservatórios na região é de apenas 24 % da capacidade total de acumulação.

Em todo o Semiárido 54% dos reservatórios estão em colapso ou em estado crítico. Os pesquisadores do Insa acompanham o monitoramento de 452 reservatórios do Semiárido brasileiro, que totalizam uma capacidade máxima de armazenamento de 40,25 bilhões de metros cúbicos de água. No semiárido cearense 36% dos reservatórios se encontram em colapso, na Paraíba 27 % e em Pernambuco 20%.

Em toda região semiárida apenas 11% dos reservatórios monitorados encontram-se com o volume de água acima dos 50% da capacidade de armazenamento. Atualmente no estado da Paraíba 54 reservatórios estão em situação crítica com menos de 5% do seu volume total e 35 contam com capacidade menor que 20%. Destaca-se que o açude Epitácio Pessoa, localizado em Boqueirão (PB), que abastece Campina Grande (PB) e mais 18 municípios paraibanos, encontra-se com 62 milhões de metros cúbicos, ou seja, cerca de 13,5% de sua capacidade de armazenamento total de 411 milhões. Os dados são fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa). Por conta da situação de emergência, faz-se necessário desenvolver estratégias e inovações tecnológicas para diminuir os impactos da baixa disponibilidade hídrica no Nordeste. A gestão eficiente das águas surge como peça fundamental para resolver o problema em questão.