A necessidade de o Brasil ampliar a geração de “energias limpas” a partir de fontes renováveis foi um dos destaques do Café com Política desta quinta-feira (26), promovido, em Brasília, pela Fundação João Mangabeira, entidade sem fins lucrativos voltada à proposição de políticas públicas socialistas.Durante o debate – que analisou a participação que o Brasil terá na Conferência da ONU sobre o Clima (COP-21) – o ambientalista Alfredo Sirkis elogiou a atuação da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, presidida pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
“No Brasil, a temática ´mudanças do clima´ vem ganhando visibilidade e desencadeando reflexões graças, em grande parte, ao trabalho que a CMMC desenvolveu ao longo deste ano”, afirmou Sirkis. “O posicionamento da Comissão por uma matriz energética diversificada e mais limpa também contribuiu com a consistente proposta final que o governo brasileiro apresentará durante a COP-21”, acrescentou o ambientalista. A 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima será realizada em Paris (França), entre os próximos dias 30 de novembro e 11 de dezembro, reunindo representantes das mais de 190 nações que fazem parte da Convenção da ONU sobre o Clima. O senador Fernando Bezerra participará da COP-21 como presidente da CMMC e um dos principais representantes do Congresso Nacional brasileiro.
Para Alfredo Sirkis, as repercussões globais das alterações climáticas “são graves e, ao mesmo tempo, representam oportunidades para uma mudança de consciência”. Entre as medidas de minimização dos efeitos nocivos destas mudanças ao planeta, Sirkis defendeu que o Brasil contribua com o desenvolvimento dos chamados “biocombustíveis de segunda geração” (produzidos a partir do processamento de celulose e outras fibras vegetais da madeira) em substituição aos combustíveis fósseis (como a gasolina e o óleo diesel).
Conforme destacou Fernando Bezerra durante o Café com Política de hoje, a diversificação da matriz energética nacional e a ampliação da geração e oferta de “energias limpas” no Brasil é um dos três principais pilares de atuação da CMMC. No último dia 29 de outubro, durante audiência pública na Comissão – com a presença do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga – o senador já defendia que o Brasil aumentasse para 25% a meta de participação das energias renováveis – especialmente, a eólica, solar e de biomassa e sem considerar a energia hidrelétrica – na matriz energética nacional, até 2030. Pela proposta que o governo brasileiro apresentará durante a Conferência da ONU, este percentual deverá chegar a 23%, no referido ano.
“O Brasil, pela liderança (nos temas ´meio ambiente´ e ´mudanças climáticas´) e o protagonismo que terá na COP-21, poderá se beneficiar de possíveis investimentos internacionais para financiar uma matriz energética mais limpa e uma política de preservação e conservação dos biomas”, ressaltou Bezerra Coelho.
Os outros dois principais pilares de atuação da CMMC, como detalhou o senador, é o enfrentamento à crise hídrica no país, com destaque para a Região Nordeste, e a revitalização das bacias hidrográficas. “Chegou a hora de trabalharmos para a geração de outros tipos de energia e preservarmos nossas águas para o consumo humano e a produção de alimentos”, defendeu Fernando Bezerra.