Nas últimas três semanas, a positividade geral dos casos de Covid-19 em Pernambuco tem oscilado entre 2% e 4%. Por outro lado, a positividade de influenza está em 58%. Esse aumento da circulação da influenza tem impactado diretamente nas solicitações por leitos e no adoecimento da população, principalmente os idosos. Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (06/01), o secretário estadual de Saúde, André Longo, apresentou os dados epidemiológicos mais recentes sobre as síndromes respiratórias e informou que, pela terceira semana consecutiva, houve crescimento nos indicadores dessas doenças no Estado.
“Na última semana epidemiológica de 2021, tivemos uma aceleração epidêmica muito forte. Uma aceleração que, em 15 dias, dobrou o registro de casos de Srag e triplicou as solicitações de leitos. A situação provocada pela influenza na última semana já é pior que a 1ª onda da Covid-19, em 2020”, afirmou o secretário. Ao todo, foram 939 notificações de casos de Srag na última semana epidemiológica de 2021 – crescimento de 59% em uma semana e de 156% em 15 dias. Já na Central de Regulação, foram 797 solicitações por leitos de UTI, um aumento de 80% em comparação à SE 51 e de 204% em 15 dias.
“É importante destacar que este cenário de forte aceleração epidêmica está relacionado ao fato de termos baixado a guarda. No final do ano e nestes primeiros dias de 2022, estamos vendo as pessoas, principalmente os mais jovens, se expondo muito mais. E o mais grave: sem a proteção mínima. E, ao adotarem esta atitude de contaminação, acabam levando a doença para dentro de suas casas e contaminam entes queridos, pessoas que são muitas vezes mais suscetíveis ao agravamento”, frisou o gestor.
De acordo com os dados de internação, no momento, 64% dos leitos para casos respiratórios na rede pública, (seja de UTI, seja de enfermaria) estão ocupados com pacientes com mais de 60 anos. Para se ter uma ideia, 67% dos casos de Srag por influenza estão nessa faixa etária, assim como 60% dos óbitos. Por outro lado, quando se analisam os casos totais por influenza A (H3N2), entre leves e graves, mais de 65% são na população entre 20 e 49 anos.
“Os idosos são pessoas que já tinham alguma proteção contra a covid-19, embora alguns ainda estejam precisando tomar a dose de reforço, mas que foram expostas à influenza. Esta epidemia de influenza em meio à pandemia da Covid-19 reforça o cuidado com os idosos, com as pessoas com comorbidades e as crianças. A atitude de cada um de nós é determinante para o controle destas duas doenças. Os descuidos, especialmente no Natal e festas de virada de ano, já estão cobrando seu preço”, destacou Longo.