Ressocialização: 70% dos alunos da Case-Funase estão inseridos no mercado de trabalho

0
3

funase

O Case, Centro e Atendimento Socioeducativo de Petrolina, é uma das unidades da Funase que há mais de 10 anos vem realizando o trabalho de ressocialização de adolescentes e jovens. E para revelar mais sobre as ações desenvolvidas na entidade, o Blog Edenevaldo Alves recebeu a visita dos integrantes que ajudam nas atividades da instituição.

O órgão responsável por conceder uma política socioeducativa no estado de Pernambuco, possui inúmeros resultados na cidade de Petrolina, atendendo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos incompletos, esses estão para cumprir as medidas socioeducativas de internação, podendo eles ficarem por até três anos. A pena é necessária em alguns casos como explica a assistente social da Case Bruna Matildes.

“Os meninos chegam na unidade e começamos a fazer um trabalho de assistência e lá eles recebem atendimento psicológico, assistentes sociais que atentem às demandas subjetivas dos adolescentes e compreendemos que eles passam por uma série de problemas antecedem a própria pratica infracional, alguns vêm de famílias desestruturadas, alguns apresentam diagnóstico de transtorno e entendemos que o educando voltará para a família depois de um longo processo de aprendizagem e com isso nós inserimos o jovem nos espaços públicos do município e podendo ele ser capaz de mudar de vida”, explicou.

O agente socioeducativo Osvaldo Amorim, acompanha de perto a situação dos educandos da Case e destaca que para evoluir no processo de transformação do adolescente, é preciso incentivar o jovem sobre a sua capacidade de mudar as rotina, os hábitos que o prejudicam se desenvolver métodos autoritários.

“Eu pensei em não trabalhar de forma arcaica e sim de forma mais educativa, a prova desse incentivo fez surgir a ideia de um projeto pioneiro em todo o Brasil, que concorre agora em outubro ao prêmio INNOVARE, que foi montar um curso de Auxiliar técnico em agropecuária, este é destaque em todo o país e 70% dos meninos estão inseridos no mercado de trabalho. Existem também os cursos do Senai, IF-Sertão , entre outros que são parceiros e ajudam no trabalho da Case. Para nós isso é motivo de orgulho”, ressaltou Osvaldo Amorim.

Na parte de educação, existe ainda a parceria com o governo do estado, através da secretaria estadual de educação, onde dentro da Funase,  funciona a escola estadual de alternância e todos os adolescentes que cumprem a medida socioeducativa, são inseridos regularmente na educação formal no período matutino, e o período da tarde é destinado à atenção aos cursos profissionalizantes, atividades esportivas e culturais.

Além disso,  os adolescentes recebem assistência psicológica, social, jurídica e de saúde e valorização do trabalho com o apoio dos agentes que ficam 24h na unidade.

O Pedagogo da Case, Ilson Borges, revela que a educação merece o destaque na formação dos jovens, trilhando também,  o caminho da família fazendo um resgate do processo de escolarização dos adolescentes.

“Nosso trabalho de educação começa nas famílias, reeducando os seus membros e em seguida, os jovens passam por um processo de resgate de escolarização, porque muitos chegam na unidade sem estudo, ficam muito tempo sem aula, e inserimos os reeducando nos cursos profissionalizantes. Pela manhã todos os adolescentes ficam na sala de aula, a tarde e a noite eles participam das atividades esportivas e culturais e participam dos cursos e com isso é feito o resgate dos adolescentes e nós percebemos que o comportamento vai mudando aos poucos”, ressalta o pedagogo.

I.F. N, 18 anos – jovem interno há 6 meses da Case e  M.A. R. D. S, 19 anos, ressocializado, ex interno, acreditam no trabalho da Funase e na mudança de comportamento notório nas famílias e garantem que o esforço é preciso para uma vida melhor.

“Nossa vida agora é outra, eles deram amor, carinho e atenção e agora temos a oportunidade de subir na vida realizando cursos, e os assistentes orientam em tudo, são conselhos do bem, agora é só trabalhar, conseguir a família de volta e ser feliz”, revela o jovem de 18 anos.

“Antes estava desacreditado da vida, não me dedicava nos estudos, não trabalhava e não pensava do futuro. Depois da Funase eu tenho outro pensamento, procurei pegar as coisas boas, agora estou com emprego certo, carteira assinada, estudando e quero um futuro longe da vida que tinha antes, ajudando minha família, e acredito que a educação transforma a sociedade, hoje eu consegui mudar através dela. Ninguém me incentivava, mas agora tenho ânimo para tudo”, finalizou o ex-interno da Case, de 19 anos.