Os pernambucanos podem preparar o bolso para o terceiro aumento da conta de energia somente em 2015. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota na manhã desta quarta-feira, dia 22, o reajuste da tarifa de energia dos usuários da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) numa reunião que ocorre em Brasília a partir das 9h. A expectativa de técnicos do setor é de que o aumento fique entre 7% e 10%, tomando como exemplo os reajustes concedidos às outras concessionárias do Nordeste que têm um perfil parecido com o da distribuidora local. As empresas que distribuem energia na Bahia e no Rio Grande do Norte, a Coelba e a Cosern pertencem ao Grupo Neoenergia, também dono da Celpe.
O percentual a ser definido entra em vigor na próxima quarta-feira, dia 29 de abril. A reunião da diretoria da Aneel pode ser acompanhada on line no site da Aneel. O aumento da Celpe é o terceiro item a ser analisado durante o evento.
Como nos demais reajustes das distribuidoras citadas ao lado, o percentual do consumidor residencial deve ser menor do que o dos outros clientes como as indústrias e as empresas de porte médio. “O problema do aumento da conta de energia é que tudo aumenta de novo”, lamenta a psicóloga Ana Araújo.
A conta de energia elétrica está sendo uma das vilãs que estão contribuindo para a alta da inflação e tudo indica que este não é o último aumento de 2015, de acordo com especialistas. A indústria e o comércio são impactados pelo aumento e, geralmente, repassam essa alta dos custos ao consumidor.
O reajuste da conta de energia pode provocar outro aumento: o da conta de água, que teve um incremento de 8,75% no último dia 20 de março. Há duas semanas, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, afirmou que a estatal só vai definir se haverá um novo reajuste depois de saber quanto foi a alta da tarifa da Celpe. A conta de luz é uma das principais despesas da empresa.
ALTA DA TARIFA – Mas por que a conta de luz está tendo reajustes seguidos? Até o ano passado, a tarifa aumentava apenas uma vez por ano na data do aniversário do contrato da distribuidora que no caso dos pernambucanos é 29 de abril. Nesse cálculo, entravam todas as despesas ocorridas no ano anterior cobradas aos consumidores de uma única vez. No entanto, em janeiro deste ano entrou em vigor as bandeiras tarifárias, uma espécie de gatilho que repassa para o consumidor o custo alto da compra de energia, como está ocorrendo agora. Desse modo, em janeiro último ocorreu o primeiro aumento da conta de energia com a cobrança da bandeira vermelha. Segundo a Aneel, essa cobrança gerou um incremento de 8,5% na tarifa. A partir daí a conta pode variar todo mês, já que podem ser cobradas três tipos de bandeira: a vermelha (que representa um acréscimo de R$ 5,50 a cada 100 kWh), a amarela – que significa mais R$ 2,50 por cada 100 kWh – e a verde, que não altera o preço da conta.
O segundo aumento do ano que ocorreu em março foi porque o governo federal decidiu aumentar o preço da bandeira vermelha que era de R$ 3,50 e passou para R$ 5,50 junto com uma cobrança de uma taxa para o consumidor começar a pagar uma parte da energia mais cara comprada das térmicas.
O custo da energia está mais alto porque as térmicas estão produzindo mais desde 2012 para poupar as águas das hidrelétricas. No final de 2012, o governo federal quis baratear a conta de energia. Gastou as águas dos reservatórios acreditando que ia chover, o que não ocorreu e aí começou o preço da energia a subir e, mais uma vez, sobrou para o consumidor. (jc online).