Policiais civis de Pernambuco ameaçam parar pela 6ª vez este ano

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Não está descartada uma nova paralisação da Polícia Civil em Pernambuco. Desde o início, já foram cinco. O recado foi dado pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Áureo Cisneiros. “O governo insiste em não ouvir os policiais. Estamos trabalhando com 40% de nossa capacidade, sem estrutura e com o pior salário entre as polícias do Brasil”, afirma.

Membros do Sinpol alegam que Pernambuco voltou a ser um dos Estados mais violentos do Brasil. “Existe a perspectiva de fecharmos o ano com mais de quatro mil homicídios. Os assaltos a bancos tiveram um aumento de 300%, e foram roubados ou furtados 7.955 veículos de janeiro a junho deste ano. Além disso, 150 mulheres foram assassinadas no Estado entre janeiro e agosto”, afirma o presidente do Sinpol.

Ainda segundo o Sinpol, os 971 assaltos a ônibus registrados no Estado em de janeiro e julho de 2015 significam um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Cisneiros, o aumento da violência em Pernambuco está condicionado à incapacidade das polícias em prevenir crimes e investigar os que já ocorreram. “A Polícia Civil, a quem cabe as investigações, está sucateada. Delegacias estão fechando por falta de estrutura, coletes e munições estão vencidos, colocando em riso as vidas dos policiais”, alega. Segundo ele, muitos procedimentos estão deixando de ser feitos no Instituto de Medicina Legal (IML) por falta dos equipamentos adequados. “Estamos usando facas peixeiras para abertura de cadáveres, quando deveriam existir bisturis especiais para o serviço”, conta um auxiliar de legista, pedindo para ter a identidade preservada.

Alguns dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) vão de encontro àqueles fornecidos pelo Sinpol. A SDS afirma que o número de veículos furtados ou roubados foi de 2.509 de janeiro a julho, e não os 7.955 anunciados pelo sindicato. Com relação aos assaltos a agências bancárias, o governo afirma que foram 47 em 2014 e 49 entre janeiro e julho deste ano. No que diz respeito aos homicídios, a Secretaria de Defesa Social alega que foram 2.178, entre janeiro e julho deste ano.