Um vereador e 13 de seus funcionários comissionados foram afastados de suas funções após a Polícia Civil iniciar uma operação para apurar um esquema de “rachadinha” na Câmara Municipal de Ipojuca (PE). A identidade do parlamentar envolvido não foi divulgada pela corporação. A operação, batizada de “Fetta” (que significa “fatiado” em latim), está cumprindo 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes e até em Juazeiro, na Bahia.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações, que começaram em janeiro de 2023, têm como objetivo desmantelar uma organização criminosa acusada de envolvimento em lavagem de dinheiro e peculato, crime que se configura no desvio de recursos públicos por parte de servidores responsáveis pela gestão desses valores.
O delegado Paulo Furtado, chefe do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), explicou que o esquema de “rachadinha” funcionava quando assessores repassavam uma parte de seus salários ao vereador ou a outra pessoa responsável pelo repasse. “Foi comprovado que ele contratava assessores e exigia que esses servidores devolvessem uma parte dos valores recebidos. Muitas vezes, esses recursos eram desviados para pessoas jurídicas, com o intuito de lavar o dinheiro e ocultar sua origem”, detalhou Furtado.
Além do vereador, entre os alvos da operação estão comissionados da Câmara Municipal de Ipojuca, tanto da atual legislatura quanto de mandatos anteriores, que foram exonerados. Os nomes dos investigados ainda não foram revelados pela Polícia Civil.
Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu munições, documentos, celulares e outros dispositivos que podem conter provas relacionadas ao caso. Para a realização da operação, 150 policiais, entre delegados, agentes e escrivães, participaram das diligências. A ação contou ainda com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core).
A operação “Fetta” é coordenada pela Diretoria Integrada Especializada (Diresp), sob a supervisão do delegado Breno Maia, titular da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), que integra o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). (Foto: Divulgação).