Nessa mesma data, 25 de setembro, há 21 anos, em um ato de extrema bravura, meu pai, Orlando Tolentino, enfrentou a própria morte em sua missão como Policial Federal na incansável guerra contra as drogas, num assalto a banco no Município de Pilão Arcado/BA.
Naquele dia, ele não foi apenas um agente cumprindo seu dever; foi um verdadeiro herói, alguém que colocou sua vida em jogo pela sociedade e para preservar a justiça, enfrentando a criminalidade muito forte na época com o desenvolvimento no Sertão nordestino do “Polígono da Maconha”.
Esse episódio moldou minha visão do que é ser forte, íntegro e corajoso. Meu pai foi atingido por vários disparos, mas não foram apenas os tiros que ele enfrentou ou as dificuldades que suportou que me inspiraram, mas a forma como ele se levantou depois de tudo isso.
Mesmo com as marcas físicas e emocionais, meu pai nunca deixou que quaisquer eventos endurecessem o seu coração, ou deixou de estar presente. Ele permaneceu íntegro, fiel aos seus valores e com um espírito inabalável.
Para mim, ele sempre será mais do que o homem por trás do uniforme. Será sempre o exemplo vivo de superação, de força e de amor pela justiça. Sempre olhei para ele com admiração, mas foi naquele dia, 21 anos atrás, que eu percebi a verdadeira dimensão do seu heroísmo.
Papai, o senhor é o meu espelho de coragem e integridade. Tudo o que sou e tudo o que aspiro ser carrega um pouco da sua essência. O seu sacrifício, a sua força e o seu exemplo me guiam todos os dias. Hoje, carrego em mim seus valores, a sua luta, sua coragem e seu amor pela família.
Comprometo-me a honrar seu legado com o mesmo orgulho e dignidade que o senhor sempre demonstrou. O senhor é e sempre será o meu herói.
Como diz o capítulo 23, versículo 4, do livro dos Salmos: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.”
— Salmos 23:4
Pedro Henrique – Médico e filho do secretário especial da Prefeitura de Petrolina (PE), Orlando Tolentino.