Uma sofisticada rede do tráfico internacional de cocaína movimentou pelo menos 370 milhões de euros (ou cerca de R$ 2 bilhões), nos últimos anos, em 500 contas bancárias espalhadas pela América do Sul e Europa, informou a Polícia Federal nesta quinta, 13.
A facção era liderada por traficantes fixados em Dubai e na Turquia e mantinha elo com o crime organizado nos Bálcãs Ocidentais.
A PF divulgou os resultados da ação integrada com as polícias de oito países (Espanha, Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália, Sérvia, Emirados Árabes Unidos e Turquia). A missão se prolongou por três anos e levou à apreensão de cerca de oito toneladas de cocaína na Bélgica, Espanha e Holanda.
A operação foi coordenada pela Europol (agência da União Europeia para cooperação policial), com apoio da Rede @ON – uma rede operacional contra grupos mafiosos.
O capítulo final da operação se deu nesta quarta, 12, com a prisão de quatro investigados na Espanha, onde os agentes também fizeram buscas em sete endereços domiciliares sob suspeita.
Foram recolhidas joias, relógios de luxo, arma de fogo, munição, 109 mil euros em dinheiro vivo, equipamentos eletrônicos e “outras evidências”.
A droga era enviada em larga escala a partir de países da América do Sul (Colômbia, Equador e Brasil), via rotas marítimas, com destino a países europeus. Centros logísticos da organização ficavam na África Ocidental e nas Ilhas Canárias, destaca a PF.
Na Europa, a droga era distribuída por correspondentes do tráfico sediados na Bélgica, Croácia, Alemanha, Itália e Espanha
Ao longo da investigação, segundo a PF, foram executadas diversas ações que “enfraqueceram a rede”. Nesse período foram detidos 40 alvos, inclusive no Brasil, e confiscados ativos importantes da estrutura do tráfico – aqui, o equivalente a 12,5 milhões de euros e US$ 3 milhões; na Sérvia, 50 milhões de euros.
Em nota, a PF detalhou seu papel na ação integrada “ao desarticular a organização criminosa responsável pelo transporte da cocaína por via terrestre, desde os países produtores até os portos do Brasil e outros centros logísticos”.
Segundo a PF, o braço do tráfico fincado no Brasil “também fornecia serviços de logística e facilitava atividades de lavagem de dinheiro para outras organizações”.
Em março passado, a última fase da grande investigação identificou o emaranhado de 500 contas bancárias por onde o tráfico transitou mais de R$ 2 bilhões (ou 371 milhões de euros) nos últimos anos.
Naquele mês foram capturados dois suspeitos e embargados bens avaliados em 12 milhões de euros e, ainda, US$ 3 milhões em espécie.