Em reunião no Palácio do Planalto no fim da tarde de quinta-feira (26), o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, reforçou o compromisso de investigar e punir culpados que sejam integrantes das Forças Armadas com envolvimento com os ataques de 8 de janeiro. Na conversa, que durou 40 minutos e teve a participação do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o general fez um balanço da sua primeira semana no cargo.
Uma das primeiras medidas tomadas pelo novo comandante foi barrar a designação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, para comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em Goiânia (GO).
Lula, segundo presentes no encontro, se disse satisfeito e afirmou que acreditava no trabalho de Paiva. Uma semana depois de demitir o general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército, o clima da reunião foi positivo e de trabalho, com discussão de acomodações do Exército. Múcio justificou a troca no comando alegando que houve “fratura de confiança” na relação com o Exército. Agora, tem dito a interlocutores que a relação entre Planalto e Exército tem se acalmado.
Novas trocas na Força, ficarão a cargo do general Paiva, sem interferência direta de Múcio. Como revelou O GLOBO, o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes deve deixar o Comando Militar do Planalto (CMP) até março.
Nesta sexta-feira, Múcio irá marcar com o vice-presidente Geraldo Alckmin uma reunião para a próxima semana para tratar das discussões sobre desenvolvimento de indústria de Defesa no Brasil. Alckmin e Múcio já tiveram uma conversa sobre o assunto e terão outra. As próximas, terão a participação dos comandantes das Três Forças. Acelerar o protagonismo voltado a este tema é alternativa que o governo encontrou para tentar superar a tensão entre o Palácio do Planalto e os militares, agravada após os atos golpistas de 8 de janeiro.