Cristina Kirchner é condenada a 6 anos de prisão e inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos na Argentina

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A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner após a segunda sessão de trabalho da reunião do BRICS (José Cruz/Agência Brasil)

Um tribunal condenou nesta terça-feira (6) a vice-presidente Cristina Kirchner a 6 anos de prisão e inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos por fraude e corrupção enquanto era presidente da Argentina, de 2007 a 2015, uma sentença que a líder peronista atribuiu a uma “máfia judicial”.

Kirchner, de 69 anos, foi considerada culpada de “administração fraudulenta” em detrimento do Estado na concessão de obras rodoviárias na província de Santa Cruz (Patagônia Austral), seu berço político.

Apesar da condenação, Kirchner não será presa por ter foro privilegiado.

A decisão em primeira instância abre um longo caminho de recursos antes do caso ser finalizado, o que lhe permitiria concorrer a qualquer cargo nas eleições.

No entanto, a própria Kirchner descartou essa possibilidade nesta terça-feira, após o veredicto.

“Não serei candidata a nada, nem a senadora, nem a deputada, nem a presidente” nas eleições gerais de 2023.

O veredicto tem um forte impacto político em um país polarizado entre o governo peronista e a oposição de direita, em meio a uma grave crise econômica com uma inflação estimada em quase 100% anual.

“Nas alegações provei absolutamente que não tive a gestão do orçamento. Não legislo, o Congresso o faz. Nenhuma das mentiras foram provadas. Quem me condenou foi um Estado paralelo, uma máfia judicial”, disse em um longo discurso transmitido pelas redes sociais.

“A sentença tem um forte impacto político”, comentou à AFP o analista Rosendo Fraga, ainda que “a possibilidade de ela ser presa por esta condenação seja inexistente”. A sentença sem prisão efetiva é “uma decepção para os setores antikirchneristas”, afirmou.