Médico natural de Araripina (PE) morre ao cair de prédio para fugir de incêndio em Salvador (BA)

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Um médico morreu depois de cair do terceiro andar de um prédio residencial no bairro da Barra, em Salvador, para escapar de um incêndio na madrugada desta sexta-feira (11). A vítima foi identificada como Bruno Raphael Matos Coelho, de 32 anos.

Ele era filho de Genésio Coelho, de Araripina (PE), e atuava como residente no hospital das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), no Largo de Roma.

O edifício onde ocorreu o incêndio fica localizado na Rua Presidente Kennedy. As chamas iniciaram por volta das 2h30, no segundo andar, e rapidamente se alastraram para os pavimentos superiores, até terem sido controladas pelo Corpo de Bombeiros.

Segundo testemunhas, Bruno dormia no terceiro andar quando o incêndio atingiu o prédio e não percebeu o surgimento do fogo. Ele foi acordado por vizinhos e, no desespero para escapar, tentou sair do apartamento por uma janela e caiu na área da garagem do edifício.

Um morador, que preferiu não ser identificado, presenciou a ação e disse que ficou em choque com o que viu.

“Os outros moradores começaram a sair e ele, na certa, estava dormindo e não conseguiu. Quando ele saiu, tentou pular de um apartamento para outro, mas não deu. Foi uma coisa muito rápida. Ele pediu socorro, perguntando o que fazer, se desequilibrou e caiu. Foi uma cena muito triste”, comentou.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, outras duas pessoas ficaram feridas. Elas foram levadas para o Hospital Português, que também fica na Barra. Não há informações se elas estavam no imóvel que pegou fogo ou em outros apartamentos, nem detalhes sobre o estado de saúde delas.

O delegado responsável pelas investigações do caso, Pedro Andrade, disse que, por volta das 8h, a família do médico ainda não tinha sido informada do ocorrido.

Segundo ele, o incêndio pode ter começado após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado, o que será confirmado somente após a perícia. O delegado acrescentou que uma terceira pessoa ficou ferida, a síndica do prédio, que teve um problema no pé durante a correria.

Delegado do caso do médico que caiu de prédio em chamas explica possível causa do incêndio

Andrade pontuou que, segundo as apurações iniciais, o médico acordou assustado com o incêndio no andar inferior. Com os gritos dos vizinhos, o barulho e a fumaça que invadiu o imóvel onde ele morava, Bruno tentou sair pela janela, trajando cueca e enrolado em um lençol.

O delegado lamentou a fatalidade e salientou a necessidade de tentar manter o controle emocional em momentos de pânico para não agravar ainda mais situações desse tipo.

“É preciso a todo custo tentar controlar o emocional, procurar o equilíbrio e ver o melhor caminho. Não adianta precipitações. Cada ser humano reage à sua própria maneira. Uns se precipitam, outro são mais cautelosos. Mas é necessário que as pessoas se conscientizem [em situações como essa]”, comentou.

Agentes da Polícia Civil estiveram no local no início desta manhã para fazer a perícia e a remoção do corpo da vítima, que até as 9h30 seguia no Instituto Médico Legal.

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) realizou vistoria no apartamento atingido pelo incêndio. Segundo o laudo técnico do órgão, não houve danos na estrutura do prédio. O caso será investigado pela 14ª Delegacia Territorial, no bairro da Barra.