Pernambuco vive uma epidemia de gripe dentro da pandemia de Covid-19, o que tem causado saturação da rede de saúde do estado, com fila para conseguir atendimento médico e pacientes aguardando leitos. Diante desse cenário, o secretário de Saúde do estado, André Longo, afirmou nesta sexta-feira (7) que vai ser necessário adotar restrições para conter o avanço das duas doenças.
“Toda vez que a gente tem uma sobrecarga aguda do sistema, como a gente está tendo agora, a gente tem que fazer um esforço. […] Vamos ter que fazer algum nível de restrição de atividades. Muito provavelmente estaremos anunciando [nos próximos dias], especialmente atividades sociais”, disse Longo.
A declaração foi dada no dia seguinte ao estado confirmar os primeiros 31 casos de pessoas com dupla infecção da Covid-19 e Influenza, apelidada de “flurona” (união dos termos “flu”, de influenza, com “rona” de coronavírus) na imprensa internacional. O termo não designa um novo tipo de doença, apenas uma forma simplificada de se referir à ocorrência simultânea de contaminações.
Já foram registrados 6.392 casos de Influenza A em Pernambuco, com 38 óbitos, mas o secretário disse que esse é um número menor que a realidade, já que faz referência aos resultados dos exames realizados pelo Laboratório Central (Lacen) do estado.
“Em uma epidemia, é sempre assim: você não consegue testar todo mundo. Na prática, isso é uma pequena fração das pessoas que estão com gripe H3N2 que a gente está divulgando, são aquelas que positivaram. […] O número de pessoas gripadas com H3N2 é muito maior que esse”, disse.
O maior número de pacientes internados em um único dia nas últimas três semanas foi registrado na quarta-feira (5), com 196 internamentos. Além disso, tem sido visto um crescimento da ocupação de leitos para pacientes com síndrome respiratória aguda grave.
A taxa global de ocupação desses leitos na rede pública de Pernambuco era de 79%, de um total de 1.701 vagas disponíveis, na quinta (6). Nesse mesmo dia, foram confirmados 639 novos casos da Covid-19 e oito mortes, elevando o total para 647.427 confirmações de pessoas com a doença e 20.489 óbitos.
Apesar de não adiantar detalhes das possíveis novas restrições, o secretário afirmou que o protocolo para o setor de eventos está sendo revisto. Atualmente, o estado permite festas para até 7,5 mil pessoas ou 80% da capacidade do local, o que for menor, além do controle vacinal de 100% do público.
“Nós estamos estudando, nesse momento, com a equipe e deveremos estar anunciando em breve qual será o novo protocolo para esses eventos maiores. A gente acredita que, na próxima semana, deve estar saindo esse novo protocolo com algumas mudanças que acha importantes para esse momento que poderão ou não valer para fevereiro, março”, afirmou o secretário.
Quanto ao carnaval, André Longo reforçou que uma decisão só deve ser tomada na segunda quinzena de janeiro, a depender do cenário epidemiológico dos próximos dias e de uma série de fatores que precisam ser debatidos, como possível suspensão de feriado e autorização ou não para camarotes na folia, mesmo sem festa de rua.