Fumaça dos incêndios na Austrália pode chegar ao Brasil

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A fumaça dos incêndios que atingem a Austrália deve chegar ao Brasil, mais precisamente ao Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (7). A coluna já foi vista nessa segunda-feira (6) no Chile e na Argentina em uma nuvem que percorreu mais de 12 mil quilômetros até chegar à América do Sul. Segundo o Departamento Meteorológico de Santiago, o material não oferece risco à saúde da população.

De acordo com Patricio Urra, responsável pelo serviço meteorológico do Chile, a nuvem está localizada a cerca de 6 mil quilômetros de altura e não há na região nenhum fenômeno climático que possa fazer com que ela se aproxime da superfície. Em um primeiro momento, “o efeito pôde ser visto no sol, em tons de vermelho, causado por uma nuvem de fumaça originada dos incêndios”, explicou o especialista.

O material, vindo da Oceania, se deslocou por meio da alta atmosfera e há a possibilidade de ser novamente visto no Chile e na Argentina nos próximos dias. Da mesma forma, o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN) mostrou imagens de satélite nas quais podem ser vistas a fumaça sendo transportadas pelos sistemas frontais que se deslocam do Oeste para o Leste. Em sua conta oficial no Twitter, o SMN escreveu “Que consequências isso pode ter? Nenhuma muito relevante, apenas um entardecer e um sol um pouco mais vermelhos”.

Os incêndios que atingem a Austrália desde setembro já destruíram uma superfície equivalente à Irlanda, ou oito milhões de hectares, provocando 24 mortes. Após um final de semana catastrófico, as equipes de bombeiros australianos, que contam com reforços dos Estados Unidos e do Canadá, aproveitaram algumas horas de chuva e uma diminuição nas temperaturas no local para avançar no controle dos focos dos incêndios.

Até o momento, o governo australiano disponibilizou reservistas do Exército para atuar nas áreas atingidas e anunciou fundos de US$ 1,4 bilhão (equivalente a R$ 5,68 bilhões) a serem usados ao longo de dois anos como auxílio aos danos provocados resultantes dos incêndios. (AFP).