Simplificar o atendimento a pessoa surda nos serviços de saúde, especificamente na área farmacêutica. Foi com este propósito que no ano de 2017, a professora Deuzilane Muniz Nunes, junto com estudantes do curso de farmácia, e com o apoio do Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), iniciaram a produção do vocabulário de Libras para melhorar a comunicação entre o farmacêutico e a comunidade surda nos serviços de saúde no Vale do São Francisco.
Sensibilizando profissionais, professores e pesquisadores no 1º Congresso Brasileiro de Saúde em Libras, promovido pela Univasf no ano passado, o projeto conquistou o apoio do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e de outras instituições do Brasil. As ações já desenvolvidas na região foram interrompidas para ampliação a nível nacional.
Denominado de FarmaLibras, o projeto está em fase inicial e será dividido em quatro etapas. Primeiramente, será direcionado a comunidade surda em geral, e as demais etapas serão voltadas aos termos técnicos, com foco nos profissionais de saúde surdos e tradutores/intérpretes de Libras. Para todas as etapas haverá mapeamento de termos em Libras já existentes, para em seguida serem criados sinais-termos que não existem, para que assim, os termos farmacêuticos sejam instituídos em Libras de forma oficial em todo o país. Haverá ainda o termo em SignWriting, um sistema de escrita de língua de sinais. O vocabulário farmacêutico terá o formato de audiovisual, onde serão apresentadas as palavras em português e em Libras, com seus conceitos e aplicação em frase, além do termo em escrita de sinais.
Segundo Deuzilane Muniz Nunes, professora do Colegiado de Farmácia e coordenadora do FarmaLibras, a expectativa é de que o projeto sensibilize outros profissionais da área da saúde, para a prática do atendimento acessível. “O projeto deverá atingir uma ampliação do desenvolvimento social e melhorar a autonomia em relação ao atendimento à saúde para as pessoas surdas. E que assim, possamos sensibilizar não só profissionais farmacêuticos, mas todos profissionais da área da saúde, para que possam oferecer cuidados com maior acessibilidade aos pacientes”.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) está atuante na equipe e apoia todo o projeto, de forma que irá promover as reuniões necessárias para o desenvolvimento do FarmaLibras, todos os encontros ocorrerão em Brasília. Além disso, o CFF irá viabilizar todo o processo de gravação dos vídeos e edições do FarmaLibras, e também irá ofertar cursos em Libras para uma melhor capacitação dos profissionais farmacêuticos.
Em outubro de 2018 foi aprovada a RESOLUÇÃO Nº 662, que estabelece as diretrizes para que o farmacêutico atue de forma acessível no atendimento à pessoa com deficiência. A resolução criada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) foi elaborada com colaboração do Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM), do Núcleo de Estudos em Farmácia Social (Nefarms), vinculada ao Colegiado de Farmácia da Univasf e do Núcleo de Práticas Sociais Inclusivas (NPSI) da Univasf.