Subiu 65% a prescrição de medicamentos genéricos entre 2015 e 2018. A produção também aumentou: de 2014 para 2017, o número de novas drogas genéricas disponíveis passou de 146 para 336, um incremento de 130,1%.
Conforme dados apresentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira (5), esse produto corresponderam a mais de 70% das 4,3 bilhões unidades farmacológicas produzidas no ano passado. Atualmente, 6,3 mil fármacos, de 120 laboratórios diferentes, estão disponíveis no mercado.
Segundo o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, essa classe farmacológica impulsiona a economia, além de ampliar o acesso da população à saúde.
“A política de genéricos do Brasil foi extremamente efetiva, do ponto de vista de aumentar o acesso e também de criar uma indústria farmacêutica nacional importante. Relatório que lançamos sobre o mercado no âmbito brasileiro, das 10 maiores empresas farmacêuticas do país, apenas uma era de capital nacional. Hoje, a gente tem cinco das 10”, afirmou Barbosa.
Barbosa lembrou, porém, que, apesar de ser amplamente aprovado pelos consumidores, o medicamento genérico ainda é rejeitado pelos profissionais de saúde, e disse que esse preconceito precisa ser vencido.
“A população, por outro lado, sabe que o genérico, efetivamente, é equivalente ao produto de referência – tanto que todas as pesquisas de opinião demonstram isso, assim como os dados de venda”, afirmou Barbosa, acrescentando que os genéricos têm preços 35% mais baixos do que os remédios de referência.
Segundo a presidente executiva da Associação Brasileira de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, embora haja genéricos para 90% das patologias, pacientes que têm determinadas doenças, como câncer, ainda precisam recorrer ao medicamento original.
“Para o câncer, a gente ainda precisa. Tem os biossimilares que ainda estão chegando ao Brasil, em começo de registro na Anvisa, e vamos ter também medicamentos de mais complexidade, para ajudar na cura dessas doenças. Mas podemos dizer que, para as doenças que mais acometem a população, esses produtos [genéricos] estão disponíveis. Pode-se não encontrar certa molécula, mas pode-se encontrar outra, que substitua aquela e ajude tanto quanto”, afirmou.
Os genéricos são medicamentos que apresentam o mesmo princípio ativo que um medicamento de referência. Geralmente, são produzidos após a expiração ou renúncia da proteção da patente do fabricante ou de outros direitos de exclusividade. Eles podem substituir os medicamentos de referência, quando prescritos pelo médico. (Destak Brasil)