Um grupo de mulheres fez um protesto, nesta terça-feira (9), em Jacobina, no norte da Bahia, em apoio à jovem de 18 anos vítima de estupro, na madrugada do dia 31 de dezembro, em uma boate da cidade. Cerca de 200 pessoas participaram do ato que começou por volta das 10h, e terminou às 13h.
Parte das mulheres mora em Senhor do Bonfim, cidade a cerca de 100 km de Jacobina, e onde a vítima também reside. O grupo levou cartazes com frases contra o estupro e usaram camisas com a frase: “Não à cultura do estupro”.
As manifestantes se reuniram em frente ao Fórum Dr. Jorge Calmon, onde na segunda-feira (8) ocorreu a audiência de custódia de Marcus Machado, suspeito de ter estuprado a jovem. A Justiça decidiu por manter ele preso.
Depois, elas seguiram em caminhada pelo centro da cidade até a delegacia. O ato contou com a participação de familiares e amigas da vítima, além de integrantes do movimento de mulheres de Jacobina, em parceria com o Conselho Municipal de Direito das Mulheres e com o Centro de Referência de Atendimento à Mulher da cidade.
Denúncia
“Eu só queria que isso tudo fosse um pesadelo, que tudo isso acabasse”. Este foi o relato da jovem de 18 anos, que denunciou ter sido vítima de estupro em uma boate de Jacobina.
Marcus Machado foi preso suspeito do crime. Ele negou à polícia que tenha estuprado a jovem e afirma que a relação sexual foi consensual.
A vítima, que preferiu não se identificar, disse que tinha ido ao banheiro da boate e, quando voltou, não encontrou os amigos. “Eu vi que meus amigos tinham falado com o Marcus. Então, ele era um conhecido e poderia me ajudar a encontrá-los. E aí eu fui com ele porque, para mim, Marcus não parecia alguém que fosse me machucar”, contou a jovem.
“E quando chegou num beco escuro, que eu acreditava que fosse uma saída, ele me empurrou na parede, ele segurou os meus braços e eu só conseguia ficar em choque. Eu só queria que aquilo tudo acabasse”, destacou.
Na clínica particular onde foi atendida e examinada, em Senhor do Bonfim, a médica atestou que a jovem chegou à unidade com “rompimento himenal muito forte, com hematomas e fissuras rasas e profundas”.
A defesa do suspeito informou que só vai se pronunciar após a conclusão do inquérito. A direção da boate onde o crime ocorreu publicou nota em redes sociais informando que vai colaborar com as investigações da polícia.
Em nota, o MP-BA informou que as apurações realizadas pela Polícia Civil e complementadas pelo Ministério Público Estadual identificaram provas e indícios suficientes de autoria e materialidade delitivas.